O aumento do ganho de carcaça dos bovinos é um dos principais objetivos de pecuaristas que buscam acessar mercados internacionais mais exigentes, como Estados Unidos e Europa. Para atingir esse padrão de qualidade, o mestre em nutrição de ruminantes da Kemin, João Ronchesel, destaca a importância do status sanitário dos animais e da estratégia nutricional focada na alta densidade energética da dieta.
Segundo Ronchesel, a inclusão de lipídios na alimentação dos bovinos confinados é essencial para elevar o ganho de carcaça. “Para os animais terem um maior ganho de carcaça, se requer uma maior quantidade de energia nessa dieta e, para isso, a inclusão de lipídios é fundamental”, explicou.
Fontes de lipídios, como caroço e torta de algodão, DDG e WDG — coprodutos do setor agropecuário —, são indicadas para esse objetivo. O especialista também ressalta a vantagem do uso de ingredientes com maior teor lipídico protegidos do rúmen, o que aumenta a densidade energética da dieta sem elevar o calor metabólico gerado durante a digestão.
No entanto, Ronchesel alerta que dietas mais ricas em gordura exigem cuidados especiais para preservar a saúde dos animais. “É preciso usar aditivos que ajudem o ruminante a quebrar e absorver melhor os lipídios, aproveitando ao máximo essa gordura e reduzindo possíveis efeitos tóxicos no ambiente ruminal”, recomenda.
Apesar da importância da nutrição, Ronchesel enfatiza que ela sozinha não garante o acesso aos mercados premium. É fundamental investir também em genética. “Precisamos de animais jovens, selecionados e aprimorados para ter maior ganho de carcaça e produção de carne com a quantidade adequada de gordura”, concluiu.