Brasil lidera 9 cadeias produtivas e se consolida como maior potência sustentável de alimentos

Especialista aponta desafios e destaca que país é o único no mundo com capacidade de expandir 20 milhões de hectares sem desmatamento

- Da Reação, com Notícias Agrícolas
25/07/2025 08h46 - Atualizado há 1 semana
Brasil lidera 9 cadeias produtivas e se consolida como maior potência sustentável de alimentos
Foto: Fábio Boy

Durante o 11º Encontro Avícola e Empresarial Unifrango, realizado em Maringá (PR), o engenheiro agrônomo Marcos Fava Neves reforçou o protagonismo do Brasil como maior potência sustentável do mundo na produção de alimentos e bioenergia. De acordo com o especialista, o país atualmente lidera nove cadeias produtivas globais e tem condições únicas para continuar crescendo.
 

“Somos o único país do mundo inteiro que pode aumentar 20 milhões de hectares para o agro em 10 anos, sem mover 1 hectare a mais”, destacou Fava Neves. Para ele, o Brasil se transformou ao longo das últimas décadas, e hoje tem papel central no abastecimento mundial.
 

Apesar do avanço, o agronegócio enfrenta obstáculos significativos. Entre os principais pontos levantados por Fava Neves estão a falta de coordenação política no governo federal e a ausência de uma estratégia clara para separar o debate econômico do político — especialmente diante das pressões comerciais impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
 

Outro entrave de peso é a escassez de mão de obra qualificada no setor. “O Brasil tem um grave problema de quantidade e qualidade de mão de obra no agronegócio. Em 2022, por exemplo, tivemos um déficit de mais de 20 mil vagas abertas em frigoríficos”, alertou o agrônomo. Segundo ele, uma nova geração com “ideologia de direito à colheita sem plantio” contribui para o desequilíbrio entre oferta e demanda por trabalhadores.
 

Mesmo diante dos desafios, Fava Neves se mostrou confiante. “A população ainda não tem noção do quanto o agro brasileiro movimenta. A resiliência da retomada gradual de importações pressiona mercado de carne de frango no Brasil
 

Mesmo com reabertura de mercados, preço do frango ainda sofre impactos do desequilíbrio entre oferta e demanda
 

Após o Brasil voltar a ser considerado livre da Influenza Aviária, com o fim da restrição provocada pelo caso registrado em uma granja comercial em Montenegro (RS) em maio deste ano, a reabilitação das exportações tem ocorrido de forma gradual. Segundo levantamentos do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), a lentidão na retomada dos principais importadores da carne de frango brasileira ainda provoca desequilíbrios entre oferta e demanda no mercado interno.
 

Apesar disso, os pesquisadores do Cepea destacam que, neste mês de julho, as quedas de preços vêm sendo menos intensas do que as observadas entre maio e junho, período em que a carne de frango resfriada registrou retração expressiva de 13,4%.
 

A demanda interna também sofre com a sazonalidade. Fatores como o fim do período de férias escolares e a proximidade do fim de mês contribuem para intensificar a pressão baixista sobre os valores do produto no varejo.

 

 


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