Mais Arrobas no controle de plantas invasoras na pastagens

João Menezes
12/03/2025 13h53 - Atualizado há 2 semanas
Mais Arrobas no controle de plantas invasoras na pastagens
Foto: João Menezes

As plantas invasoras representam um desafio constante para a pecuária, competindo com as forrageiras por recursos essenciais como luz, água e nutrientes. Essa competição acarreta a redução da produção de massa verde e, consequentemente, da capacidade de suporte das pastagens, impactando diretamente o ganho de peso dos animais. Em cenários de degradação avançada, a infestação é tão severa que a recuperação da pastagem se torna inviável sem a sua completa renovação. Diversas estratégias de controle estão disponíveis, incluindo métodos mecânicos, químicos, manejo integrado, controle biológico e a seleção de forrageiras adaptadas às condições locais. A escolha da estratégia mais adequada depende de fatores como o tipo de planta invasora, o nível de infestação, o custo-benefício e o impacto ambiental.

O controle de plantas invasoras em pastagens é uma prática fundamental para otimizar a produção de carne e garantir a rentabilidade da atividade pecuária. A presença dessas plantas indesejáveis acarreta uma série de prejuízos, como a diminuição da área útil de pastoreio, a redução da qualidade da forragem e o aumento dos custos de produção. Além disso, algumas plantas invasoras podem ser tóxicas para o gado, representando um risco à saúde dos animais.

Dentre os métodos de controle disponíveis, o controle químico é um dos mais utilizados, devido à sua eficiência e rapidez (Tabela 1). No entanto, é importante ressaltar que o uso de herbicidas deve ser realizado de forma criteriosa, seguindo as recomendações técnicas e as normas ambientais. A escolha do herbicida adequado deve levar em consideração o tipo de planta invasora a ser controlada, a época de aplicação e as condições climáticas. O uso do drones em pulverizações tem facilitado o controle em áreas de pastagens de forma mais eficiente e localizada.

Tabela 1: Eficiência de controle de plantas daninhas e produção de forragem acumulada em dois ciclos de avaliação (Dobashi et al, 2001).

 

O controle mecânico, por sua vez, consiste na remoção física das plantas invasoras, por meio de roçadas, links ou trilhos, capinas ou arações. Esse método é mais indicado para áreas com baixa infestação ou para o controle de plantas invasoras de grande porte. No entanto, o controle mecânico pode ser menos eficiente e demandar mais operações e mão de obra, além de facilitar a rebrota, principalmente em condições de cerrado e juquira.

O manejo integrado de plantas invasoras combina diferentes métodos de controle, visando otimizar os resultados e reduzir os custos. Essa estratégia envolve a utilização de herbicidas associados ao controle mecânico, em conjunto com práticas de manejo, como o pastejo rotacionado, a calagem e adubação. O pastejo rotativo, por exemplo, permite o controle seletivo de plantas invasoras, por meio do aumento da pressão de pastejo em determinadas áreas. Já a adubação e a calagem favorecem o desenvolvimento das forrageiras, tornando-as mais competitivas em relação às plantas invasoras.

O controle biológico de plantas invasoras consiste na utilização de organismos vivos, como fungos, bactérias ou insetos, para controlar a população dessas plantas. Esse método é mais indicado para o controle de plantas invasoras específicas e pode ser uma alternativa interessante aos métodos químicos e mecânicos. No entanto, o controle biológico pode ser mais lento e menos eficiente em algumas situações, além do que ainda existem poucos trabalhos mostrando eficiência.

A escolha da forrageira adequada também é uma estratégia importante para o controle de plantas invasoras. Algumas forrageiras são mais competitivas em relação às plantas invasoras, devido à sua maior taxa de crescimento, à sua maior capacidade de absorção de nutrientes ou à sua maior resistência a pragas e doenças e em alguns casos à planta tem características alelopáticas que inibem as invasoras. A escolha da forrageira adequada deve levar em consideração as condições edafoclimáticas da região, o tipo de solo, o nível de fertilidade e a disponibilidade de água (Tabela 2).

Tabela 2: Comparativo de métodos de controle de plantas invasoras

O controle de plantas invasoras em pastagens é uma prática essencial para garantir a produtividade e a rentabilidade da pecuária. A escolha da estratégia mais adequada depende de diversos fatores, como o tipo de planta invasora, o nível de infestação, o custo-benefício e o impacto ambiental. O manejo integrado de plantas invasoras, que combina diferentes métodos de controle, é uma alternativa interessante para otimizar os resultados e reduzir os impactos ambientais. Além disso, a escolha da forrageira adequada e a adoção de práticas de manejo adequadas podem contribuir para o controle preventivo de plantas invasoras. Ao investir no controle de plantas invasoras, o pecuarista estará investindo na melhoria da qualidade da pastagem, no aumento da produção de carne e na sustentabilidade da sua atividade.

 


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