O mercado físico do boi gordo iniciou a semana com maior preços firmes em meio ao encurtamento das escalas de abate nesta segunda-feira (10). Segundo o consultor Fernando Henrique Iglesias, da Safras & Mercado, o setor enfrenta dificuldades na aquisição de animais mais jovens, essenciais para atender aos requisitos de exportação para a China. Além disso, há uma redução na oferta de fêmeas, embora a diferença de preços entre machos e fêmeas continue significativa devido ao elevado número de descartes realizados.
Em São Paulo, o preço foi de R$ 311,33, contra R$ 310,67 na sexta-feira (7) anterior. Em Goiás, o valor caiu ligeiramente, de R$ 291,25 para R$ 290,36. Já em Minas Gerais, os preços se mantiveram estáveis, em R$ 307,53. No Mato Grosso do Sul, houve uma leve alta, com a arroba passando de R$ 294,55 para R$ 294,77. Em Mato Grosso, o preço foi de R$ 298,51, ante R$ 298,92 da última semana.
O mercado atacadista segue firme, com preços que também apontam para uma possível alta no curto prazo. Sobretudo, a entrada de salários na economia pode contribuir para uma maior reposição entre o atacado e o varejo. O analista Fernando Henrique Iglesias destaca, no entanto, que a população brasileira continua priorizando o consumo de proteínas mais acessíveis, como carne de frango, ovos e embutidos, fato que pode limitar a alta da carne bovina.
Os cortes no mercado atacadista ainda estão com valores elevados, com o quarto traseiro cotado a R$ 24,50 por quilo, o dianteiro a R$ 18 e a ponta de agulha a R$ 17 por quilo. O impacto do câmbio também foi notado, com o dólar comercial fechando em alta de 1,13%, a R$ 5,8545 para venda, o que pode afetar diretamente o preço da carne bovina, especialmente nas exportações.