Os preços do trigo no Rio Grande do Sul estão passando por uma queda acentuada neste início de outubro. Pesquisadores do Cepea apontam que, além do avanço da colheita, a pressão sobre os valores se deve à fraca demanda. Muitos moinhos estão bem abastecidos e, por isso, mantêm-se afastados das compras no mercado spot.
Do lado da oferta, alguns produtores estão cedendo nas cotações, mas essa flexibilidade ocorre apenas em negociações pontuais. O abastecimento dos moinhos sul-rio-grandenses está fortemente ligado às importações de trigo, especialmente da Argentina e do Uruguai. Em setembro, o Rio Grande do Sul recebeu 48,82 mil toneladas do cereal, conforme dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex).
No panorama nacional, as compras externas de trigo totalizaram 592,13 mil toneladas em setembro, o maior volume para o mês desde 2016, segundo a Secex. Na parcial de 2024, de janeiro a setembro, as importações de trigo atingiram 5,148 milhões de toneladas, superando em 23% o total registrado durante todo o ano de 2023. Esse cenário de queda de preços e alta nas importações reflete as dinâmicas do mercado de trigo, com os produtores e moinhos buscando estratégias para navegar as atuais condições econômicas.