09/08/2024 às 09h38min - Atualizada em 09/08/2024 às 09h38min
Introdução de minerais orgânicos amplia produção de leite de forma sustentável
O uso desses produtos apresenta resultados positivos na alimentação dos animais
André Luiz Casagrande
Foto: Reprodução O setor de produção de leite tem sido direcionado para que os produtores tenham vacas cada vez mais eficientes, produtivas, longevas e saudáveis. E a utilização de minerais com alta biodisponibilidade, comprovada através de pesquisas científicas, vem ao encontro dessa demanda.
Diante dessa realidade, produzir leite com quantidade e qualidade tem sido cada vez mais relacionado à suplementação com microminerais orgânicos, especialmente quando falamos na Tecnologia de Substituição Total (TRT, na sigla em inglês).
Conforme destaca o Médico veterinário PhD em Ciência Animal e gerente de vendas da Alltech, Thomer Durman, o setor de leite precisa de quatro pilares para uma evolução no futuro; eficiência, sanidade, bem-estar e longevidade dos animais; planejamento em sucessão na atividade; gestão financeira e gestão de pessoas, além de uma conexão com consumidores e projetos de sustentabilidade.
“Nesse cenário, os microminerais orgânicos podem trazer diversos benefícios, principalmente na otimização de respostas celulares. O benefício de um status adequado de cada micromineral varia de acordo com sua função no organismo”, observa o especialista.
Benefícios
Durman cita alguns exemplos de como esses microminerais contribuem para o desenvolvimento sustentável da produção leiteira. “Temos o cromo, um componente integral e biológico ativo do fator de tolerância à glicose (GTF), que facilita a interação entre a insulina e os receptores dos tecidos musculares e gordurosos. Além dos ganhos em desempenho nutricional, estudos sugerem que animais suplementados com cromo possuem menor concentração sérica de cortisol e são menos suscetíveis ao estresse”, exemplifica.
O ferro, componente da hemoglobina, para transporte e utilização do oxigênio, o manganês, que atua no metabolismo de ácidos graxos e aminoácidos, e o cobre, que ajuda na formação óssea, melhora da imunidade e proteção oxidativa pela enzima Cu-Zn superóxido dismutase (SOD1), que mantém as células seguras de resíduos metabólicos, que podem causar danos, se não forem neutralizados, são outros exemplos citados pelo veterinário.
“Temos ainda o selênio, um antioxidante natural que melhora os índices reprodutivos e diminui a incidência de metrite, retenção de placenta e a contagem de células somáticas (CCS) no leite, o zinco, que contribui para uma baixa CCS e para o fortalecimento de casco e pelos, além do cobalto, importante para a síntese de metionina, além de participar da síntese da vitamina B12 no rúmen”, detalha.
Gestão alimentar
Segundo o especialista, os produtores carecem de informações atualizadas sobre as diferenciações dos minerais. Alguns acham que quanto maior a quantidade apontada no rótulo, melhor, mas o mineral inorgânico pode resultar em menor eficiência e rentabilidade e maior risco de contaminação do solo, pois o animal irá eliminar boa parte do que foi consumido.
“Além da maior biodisponibilidade, os minerais minimizam as interações negativas com outros componentes da dieta, como as vitaminas A e E, o que confere maior segurança para enfrentar os desafios da produção”, observa o especialista.
Durman afirma que a alimentação representa boa parte dos custos de produção, então, ter total controle dos retornos ao investimento na alimentação faz todo sentido para a sustentabilidade do setor. “Sabendo da importância da alimentação para a imunidade, reprodução e produção, a gestão deste componente é essencial ao sucesso da atividade”, comenta.
Ele avalia também que o cenário atual é de grande pressão ao setor tendo em vista os aumentos de custo de produção e a falta de previsibilidade no preço do leite. “Assim, a busca por eficiência e redução de desperdícios tem sido vital à permanência na atividade”, conclui o veterinário.
