24/07/2024 às 09h41min - Atualizada em 24/07/2024 às 09h41min

​Mais Arrobas com BRS Piatã

João Menezes
Divulgação: EMBRAPA
 A EMBRAPA tem um importante papel na pesquisa e seleção de novos materiais forrageiros melhorados que podem ser utilizados na produção pecuária. A BRS Piatã, lançada há alguns anos tem se tornado uma opção interessante dada a suas qualidades semelhantes ao cultivar Marandu. Com maior produtividade e a mesma facilidade de manejo, tem se mostrado uma boa opção de uso para o manejo nas águas e pastejos diferido para a seca, bem como na iLPF.

A BRS Piatã é uma Brachiaria brizantha desenvolvida a partir de uma planta que faz parte da coleção de forrageiras da Embrapa e que, originalmente, foi coletada pelo Centro Internacional de Agricultura Tropical (CIAT), entre 1984 e 1985, na África.

É adaptada a solos de média e boa fertilidade das zonas tropicais brasileiras onde, tradicionalmente, outras cultivares de Brachiaria brizantha, como os capins marandu e xaraés. A BRS Piatã é uma boa alternativa para a integração lavoura-pecuária por apresentar fácil dessecação e crescimento inicial mais lento que os capins xaraés e marandu, além das características favoráveis de manejo, arquitetura de planta e acúmulo de forragem no período seco.

O capim-piatã apresenta boa qualidade e alta produção de folhas. Sua produção total média de forragem é de 9,5 t/ha de matéria seca ao ano com 57% de folhas. Trinta e seis por cento dessa produção se dá durante o período seco do ano, favorecendo o desempenho animal nesse período.

O ganho de peso vivo por hectare é a variável que melhor expressa a produtividade animal em pastagens, pois integra os dados de ganho individual dos animais com a taxa de lotação utilizada. O ganho de peso diário ligeiramente superiores ao Marandu, com taxas de lotação semelhante permite um leve aumento na produção por área da BRS Piatã em relação à Marandu (Tabela 1).

Tabela 1. Comparação de cultivares de Brachiaria brizantha quanto ao ganho de peso, taxa de lotação e produtividade de novilhos de corte, em Campo Grande, MS (Embrapa, Circular Técnica 54).



O sistema de manejo do capim-piatã é semelhante ao do capim-marandu. Em pastejo contínuo, a altura da pastagem deve permanecer entre 25 e 35 cm. Em pastejo rotacionado, a altura da pastagem deve ser de aproximadamente 40 cm no momento da entrada dos animais e de 20 cm na saída. Em solos de alta fertilidade recomendam-se 35 e 15 cm, respectivamente, para entrada e saída dos animais.

Importante o produtor adotar o manejo por altura, não só do BRS Piatã, mas de todas as forrageiras, pois essa metodologia respeita melhor a fisiologia da planta e as condições de acúmulo de massa da forrageira em função dos fatores climáticos, como chuvas, temperatura e luminosidade, bem como fertilidade, facilitando ajustes da taxa de lotação e melhor aproveitamento do capim.

As duas principais limitações dessa cultivar são a sua susceptibilidade à cigarrinha-da-cana (Mahanarva tristis) e o grau de adaptação regular às condições que causam a síndrome da morte do capim-brizantão, podendo haver mortalidade de touceiras em terrenos sujeitos ao encharcamento temporário do solo.

A BRS Piatã é uma boa alternativa de capim para utilização nas águas, pastejo diferido para a seca e na Integração Lavoura Pecuária Floresta.

 

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