Mais Arrobas ajustando o pastejo no período crítico

João Menezes
16/07/2025 10h19 - Atualizado há 1 mês
Mais Arrobas ajustando o pastejo no período crítico
Foto: Reprodução

Na seca, quando as condições de temperatura, luminosidade e pluviosidade limitam o acúmulo de massa pelas forrageiras, é comum que produtores desvalorizem o manejo da pastagem por conta da menor oferta e qualidade do alimento. Entretanto, essa prática pode comprometer tanto o desempenho animal durante o período crítico quanto a recuperação da pastagem na estação chuvosa seguinte. Para uma pecuária eficiente e rentável, o manejo cuidadoso da pastagem nestas fases é fundamental, exigindo um planejamento anual que ajuste a oferta de forragem às demandas do rebanho e às condições climáticas nas diferentes épocas do ano.

Durante o período seco, a redução natural na produção de forragem impõe desafios que só podem ser superados com estratégias de manejo atentas e flexíveis. A adequação da oferta de forragem passa necessariamente por um ajuste da taxa de lotação da pastagem, seja por meio da diminuição do número de animais em campo ou pelo fornecimento complementar de volumosos. Essa adaptação é imprescindível para evitar o sobrepastejo, que deteriora a estrutura da planta forrageira, prejudica a capacidade produtiva do solo e reduz a qualidade do alimento disponível para os animais. O manejo correto neste momento propicia a preservação da forrageira no final da estação seca e favorece uma rebrota rápida e vigorosa com o retorno das chuvas.

Além disso, a escolha adequada das espécies forrageiras, a vedação em períodos estratégicos e a correção do solo com adubação são ações que complementam o manejo para maximizar a produção e qualidade da pastagem mesmo frente às adversidades climáticas. O uso da rotação de pastagem, principalmente por meio de pastoreio rotacionado ou intensivo, permite preservar áreas já utilizadas e distribuir o pastejo de forma que a recuperação das plantas seja mais eficiente e uniforme. Essas estratégias resultam em maior produção de arrobas por hectare, mesmo em períodos críticos.

A suplementação alimentar, com volumosos de qualidade, deve ser planejada para compensar a redução da disponibilidade de pasto, assegurando que os animais mantenham desempenho adequado e estado corporal que evite prejuízos econômicos. A combinação entre manejo da pastagem e alimentação suplementar ajustada é a chave para assegurar pastagens produtivas e longevas.

Assim, o sucesso da produção, especialmente na pecuária de corte, depende diretamente do manejo inteligente da pastagem no período crítico da seca. O planejamento que integra controle da lotação, suplementação estratégica e conservação do solo e da forrageira garante melhor produtividade de carne, melhora o desempenho animal e assegura a sustentabilidade econômica da atividade. As principais práticas que, quando combinadas, proporcionam um manejo de pastagem eficiente na seca, maximizam a produtividade e a rentabilidade nas fazendas.

 

Tabela 1 - Estratégias essenciais para manejo da pastagem no período seco (Fonte: Adaptado e compilado de Embrapa, Hedge Agro, Boia no Pasto, EOS.com, FCAV-UNESP (2024-2025).

 

O manejo da altura da pastagem é uma ferramenta fundamental para garantir o equilíbrio entre a disponibilidade e a qualidade da forragem, principalmente no período crítico da seca. Controlar a altura do pasto permite ao produtor avaliar a massa de forragem disponível de forma prática e rápida, já que existe uma relação direta entre centímetros de altura e quilos de matéria seca por hectare. Manter a pastagem dentro de alturas recomendadas para cada espécie — nem muito baixa, que prejudica a rebrota, nem muito alta, que reduz a qualidade e o consumo — assegura que as plantas permaneçam vigorosas e capazes de responder rapidamente às primeiras chuvas, ampliando a produtividade no retorno da estação chuvosa.

Ajustar a taxa de lotação com base na altura da pastagem é uma prática que garante mais produtividade e maior rentabilidade. Quando a altura do pasto se aproxima da mínima recomendada, é sinal de que a taxa de lotação está alta e o número de animais deve ser reduzido para evitar o sobrepastejo, que compromete a estrutura da planta e a capacidade produtiva do solo. Por outro lado, uma altura acima do ideal indica que há excesso de forragem, podendo ser aumentada a lotação para melhorar o aproveitamento sem perdas. Esse ajuste deve ser constante, realizado com medições periódicas da altura, idealmente semanal em pastagens cultivadas, para que o manejo seja ágil e eficiente. Dessa forma, o produtor alinha o consumo animal à capacidade produtiva da pastagem, promovendo maior eficiência econômica em todas as fases da seca.

Com isso, mesmo em condições adversas, o manejo adequado da pastagem permite produzir mais arrobas por hectare, mantendo a saúde do rebanho e garantindo o potencial produtivo da área para as próximas etapas do ciclo produtivo. É indispensável que o produtor entenda a importância do equilíbrio entre oferta e demanda durante o período seco e invista nas técnicas de manejo corretas para ampliar a eficiência de sua atividade pecuária.


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