27/05/2024 às 09h18min - Atualizada em 27/05/2024 às 09h18min
Produtores de leite do RS pedem socorro e sobrevivência de vacas depende de doações
Feno, silagem e pré-secado foram perdidos nas enchentes. Colheita de grãos também se mostra cada vez mais crítica.
- Da Redação, com Canal Rural
Foto: Reprodução Os reflexos das enchentes crescem a cada dia sobre o setor produtivo no Rio Grande do Sul. Segundo a Confederação Nacional dos Municípios, os prejuízos no agronegócio já ultrapassam os 2,5 bilhões de reais. E ainda falta muito para contabilizar.
Produtores de leite enviaram um documento para autoridades pedindo medidas emergenciais, pois já enfrentam dificuldades em manter suas vacas vivas. Isso porque o feno, a silagem e o pré-secado foram perdidos nas enchentes.
Além disso, a colheita de grãos também se mostra cada vez mais crítica no estado. A produtividade média da soja baixou de 56,9 sacas por hectare para 50,3 sacas por hectare. No milho, as lavouras apresentam brotação nas espigas e fungos que aumentam o risco de micotoxinas.
Segundo a Rede Técnica Cooperativa, a colheita de soja avançou na última semana em 6% e alcança 91% dos 6,7 milhões de hectares. Já o milho alcança 92% da área colhida, porém com muitos problemas. A baixa qualidade dos grãos deve impactar diretamente setores produtivos de proteína, como aves e suínos.
"Nós imaginamos que teremos um problema adicional neste ano em virtude da menor safrinha que o Brasil está tendo. Estamos falando de um setor que já foi bastante prejudicado pelas enchentes, como o de aves, suínos e também de leite. Então o aumento do custo de produção é algo que está nos preocupando", afirma o economista chefe da Farsul, Antônio da Luz.
Agora, há muita dificuldade de acesso a alimentos nas propriedades leiteiras e existe a dependência de doações de feno, silagem e pré-secado para manter as vacas vivas. A Associação de Criadores de Gado Holandês enviou um documento para autoridades pedindo medidas emergenciais, como juros mais baixos e prazos estendidos.
"Tratar as vacas, produzir o nosso leite, produzir o nosso próprio alimento novamente, honrar compromissos já assumidos. Tudo isso precisa ser revisto urgentemente. Precisamos até que algumas áreas afetadas tenham uma certa anistia", diz o presidente da Gadolando, Marcos Tang.