12/01/2024 às 09h37min - Atualizada em 12/01/2024 às 09h37min
Desafios climáticos indicam quebra de 25% a 30% na safra de feijão no Brasil
Condições adversas de clima, com destaque para a seca, comprometem a produção do grão
- Da Redação, com Safras & Mercado
Foto: Reprodução A produção total de feijão no Brasil para a safra 2023/24 enfrenta projeções preocupantes devido às condições climáticas desfavoráveis. Estima-se que a colheita atingirá 2,998 milhões de toneladas, representando uma redução de 3,8% em comparação com a temporada anterior, que registrou 3,116 milhões de toneladas.
A área cultivada apresenta um aumento de 0,9%, atingindo 2,759 milhões de hectares, enquanto a produtividade projeta uma queda de 4,7%, totalizando 1.087 quilos por hectare. A primeira safra deve totalizar 835,7 mil toneladas, uma queda de 11,81%, enquanto a segunda safra projeta um aumento de 10,35%, chegando a 1,363 milhão de toneladas. A terceira safra é estimada em 799,3 mil toneladas, com uma leve redução de 0,3% em relação à temporada anterior.
O analista e consultor de SAFRAS & Mercado, Evandro Oliveira, destaca que as condições climáticas adversas, incluindo seca nas regiões Sudeste, Norte e Nordeste, resultam em desafios significativos. Há relatos de quebra entre 25% e 30% no Paraná, afetando principalmente o feijão preto. Áreas em Goiás, Distrito Federal, Minas Gerais e Bahia também enfrentam perdas em torno de 30%.
O clima instável, marcado por excesso de chuvas e estiagens severas, impactou diretamente a produção da primeira safra, reduzindo a produtividade média por hectare entre 10% e 20% nos estados afetados. Essa situação eleva as preocupações sobre a disponibilidade futura do grão, influenciando nas cotações e levando os produtores a anteciparem pedidas para R$ 400,00 por saca em plena colheita da primeira safra.
“A dependência crescente de importações, principalmente da Argentina, torna-se evidente diante da menor produção nacional. Para esta temporada, as compras externas brasileiras de feijão estão estimadas em 100 mil toneladas, um avanço de 17,6% em relação à temporada anterior”, afirma Oliveira. No entanto, as exportações são estimadas em 135 mil toneladas, uma queda de 8,5% frente à temporada anterior, devido à perspectiva de menor disponibilidade do grão.