04/01/2024 às 10h10min - Atualizada em 04/01/2024 às 10h10min

​Casos de ferrugem-asiática crescem 491% e preocupam produtores de soja

Condições climáticas e atraso na semeadura impulsionam a proliferação da doença em seis estados do país

- Da Redação, com Canal Rural
Foto: Reprodução/Fundação MT
O Brasil encerrou o ano de 2023 com um cenário preocupante para a produção de soja, enfrentando um aumento expressivo de 491% nos casos de ferrugem-asiática. Seis estados já reportaram o surgimento desse problema fitossanitário, apontando para uma temporada desafiadora para os agricultores. Os estados mais afetados até o momento são Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Mato Grosso do Sul, São Paulo e Minas Gerais. No ciclo passado, 12 estados tiveram registros, com o Paraná liderando, totalizando 83 ocorrências.

A proliferação da ferrugem-asiática foi impulsionada por condições climáticas desfavoráveis e a emergência da soja voluntária devido a um inverno menos rigoroso na região sul do país. O efeito do El Niño na safra 2023/24 também desempenhou um papel crucial, gerando chuvas intensas intercaladas com períodos de seca, o que dificultou o estabelecimento da soja e levou ao atraso na semeadura em várias áreas produtoras, como Mato Grosso e Bahia.

De acordo com dados da Embrapa Soja, foram registradas 130 ocorrências da doença até o final de 2023, um aumento alarmante em comparação com o mesmo período do ano anterior, quando foram relatados apenas 22 casos. Na safra 2022/23, houve 295 registros, encerrando-se em abril de 2023. Se a tendência atual persistir, os números deste ciclo se aproximarão dos alcançados na temporada 2020/21, quando foram computados 573 casos, a maior incidência dos últimos cinco anos.

Diante desse cenário, o gerente de portfólio nacional de fungicidas para soja na Bayer, Carlos Toscano, destaca a importância de estratégias de manejo para controlar a doença. Ele enfatiza a adoção do sistema de plantio direto, respeito ao período de vazio sanitário, semeadura mais precoce, uso de produtos químicos ou biológicos preventivos, escolha de variedades mais tolerantes e utilização de ferramentas digitais para monitoramento e controle nos talhões afetados.

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