26/12/2023 às 09h39min - Atualizada em 26/12/2023 às 09h39min

​Castanha-do-Pará impulsiona desenvolvimento sustentável na região Norte

Estudo da Embrapa revela papel crucial da castanha-do-pará na geração de renda e serviços ambientais em comunidades extrativistas da Amazônia

- Da Redação, com Agência Brasil
Foto: Divulgação Site / Ministério da Agricultura
A castanha-da-amazônia é um fator essencial para promover o desenvolvimento sustentável na Região Norte do Brasil, de acordo com um estudo realizado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). O produto não apenas assegura o armazenamento de carbono e regula o clima, mas também contribui significativamente para a geração de renda em comunidades extrativistas, impulsionando, assim, o desenvolvimento sustentável no país.

O estudo, intitulado "Castanha-da-Amazônia: Estudos sobre a Espécie e sua Cadeia de Valor Aspectos Sociais, Econômicos e Organizacionais", disponível para download na internet, destaca o papel fundamental desempenhado pela castanha-do-pará na economia e na preservação ambiental.

Pesquisadores da Embrapa, distribuídos em São Paulo, Amapá e Roraima, como Marcelino Carneiro Guedes, Patrícia da Costa, Carolina Volkmer de Castilho, Richardson Frazão, Sérgio Milheiras e Walter Paixão de Sousa, analisaram os pagamentos por serviços ambientais (PSA) e o pagamento por redução de emissões provenientes de desmatamento e degradação florestal (REDD+) na Amazônia. Ambos os mecanismos ressaltam o potencial de agregar valor às florestas com presença de castanheiras, proporcionando benefícios adicionais, como armazenamento de carbono, regulação do clima e cumprimento de metas estabelecidas em programas governamentais e acordos internacionais.

A castanha-da-amazônia é um dos principais produtos do agroextrativismo no país, envolvendo dezenas de milhares de famílias e movimentando milhões de dólares anualmente, conforme a Embrapa. A produção de castanhas por meio do extrativismo estima-se movimentar no mínimo R$ 130 milhões por ano.

Além de seu valor econômico, a castanha é considerada um "superalimento", rico em nutrientes como compostos lipídicos, proteicos e antioxidantes, como o selênio, associado à proteção contra doenças neurodegenerativas e câncer.

Os pesquisadores destacam que as áreas com castanheiras representam florestas de alto valor para a bioeconomia, para a preservação das comunidades agroextrativistas e para a estabilidade ecológica. Segundo Marcelino Guedes, é fundamental reconhecer a importância do agroextrativismo e dos serviços ambientais prestados pelas famílias que dependem da castanha para a conservação dessa inestimável floresta.

A castanheira desempenha um papel crucial na conservação da Amazônia, presente em cerca de 32% do bioma, ocupando aproximadamente 2,3 milhões de km². Mesmo representando apenas 3% dos indivíduos em um castanhal na Amazônia Setentrional, contribui com 40% da biomassa viva acima do solo, dos quais cerca de 50% são carbono.

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