A cada dia que passa a Europa está mais preocupada com as emissões de gases de efeito estufa emitidos pela pecuária em todo o planeta. Mais precisamente com as emissões do gás metano, bem mais prejudicial do que a liberação do gás carbônico, por exemplo.
Tanto que o Fórum Econômico de Davos, na Suíça, que aconteceu semana passada, realizou um painel especial sobre o assunto na terça-feira (23), em meio aos problemas inflacionários e econômicos que infringem todo o globo, motivados pela guerra da Rússia contra a Ucrânia.
Para falar sobre o assunto, um dos convidados especiais foi Gilberto Tomazoni, CEO da JBS Global. Ele participou do painel Strategic Outlook Responsible Consumption (Perspectivas Estratégicas: Consumo Responsável). O interesse geral foi saber como o Brasil, através do programa Integração Lavoura-Pecuária-Floresta, da Empresa Brasileira de Produção Agropecuária (Embrapa), vem enfrentando o problema.
Também houve interesse em saber como a gigante brasileira vem promovendo um programa transversal próprio, que se torna exemplo e ajuda o pecuarista fornecedor a eliminar o problema. Só com a implantação das recomendações impostas pela empresa, ela compra o seu gado. O programa se espalha rapidamente.
São 15 escritórios espalhados pelo Brasil oferecendo apoio técnico e financiamento aos seus fornecedores.
Uma das obrigações no programa é a recuperação das pastagens. Renovadas, elas retêm 10 vezes mais os gases expelidos pelos animais ao absorver durante o processo de fotossíntese. Não foi apenas o Brasil que levou programas que enfrentam o problema. A Holanda também apresentou soluções que estão se espalhando pela pecuária europeia.
Na verdade, o problema existe e preocupa a economia mundial e, principalmente, os mercados mais sofisticados. Quando isso acontece, acende o alerta na pecuária brasileira, a que mais exporta. O mercado Europeu não é o maior comprador brasileiro, mas é uma possibilidade bem palpável à nossa pecuária, na medida que prefere os melhores cortes e paga os melhores preços.
Mesmo que ainda não sejamos o grande exportador para o consumidor europeu, temos os melhores programas voltados ao combate às emissões de gases provocados pela pecuária e servimos de exemplo. A exposição do CEO da gigante brasileira, provocou o interesse dos maiores produtores mundiais. Agora, é necessário que o pecuarista nacional entenda e compre a ideia para que a carne bovina brasileira deixe de provocar debates, na maioria das vezes, irracionais.