24/11/2022 às 12h29min - Atualizada em 24/11/2022 às 12h29min

COP27: avanços são tímidos e preocupam ambientalistas

O final de semana que passou foi marcado pelo pequeno avanço na Conferência do Clima, a COP27, que se realizou no Egito. Os ambientalistas esperavam compromissos mais assertivos em relação ao aumento da temperatura na terra e a decisão de eliminar os combustíveis fósseis até 2050.

O grande problema, é que a COP é uma feira onde todas as vozes são ouvidas, inclusive de grandes poluidores mundiais que fazem lobby. Nesta COP foram emitidas 400 credenciais para representantes de empresas que trabalham com carvão mineral, o combustível fóssil que mais emite gases do efeito estufa.

O desapontamento dos ambientalistas se volta para a criação do fundo para compensar os países mais pobres de eventos climáticos provocados pelas mudanças nos ciclos do clima para evitar ou mitigar desastres naturais. No começo da COP, se falava em um fundo de US$ 500 bilhões. Ao final, ele deve ficar em US$ 100 bilhões. Pior: ele devia ter saído da COP com a origem desse dinheiro definida. Ele será formado por países ricos, mas a proposta, por ora, está no papel.

O fundo é necessário porque as mudanças climáticas estão causando grandes desastres nos países pobres, que não poluem. Um exemplo são as cheias no Paquistão este ano quando 33 milhões de pessoas foram atingidas. Parte perdeu tudo. Os desastres naturais em países pobres foram enfileirados. E, mesmo com o Fundo bem menor do que o que havia sido originalmente pensado, ele foi considerado uma “revolução.”

Freio

As duas grandes frustrações ficaram por conta da falta de medidas concretas para frear o crescimento da temperatura em 1,5º até 2050 e da eliminação definitiva do carvão mineral como combustível para a produção de energia elétrica.

No caso da diminuição da temperatura, ficaram mantidas as metas e regras criadas na COP26, na Escócia. Elas ainda não estão em prática. No caso, não houve nenhum avanço concreto. Os dois países que mais produzem e usam carvão vegetal são a China e a Índia. E agora, com a guerra da Rússia contra a Ucrânia, os países europeus que haviam parado de usar, estão retomando a matéria prima devido aos cortes no fornecimento de gás que vem do país em guerra.

O desencanto com a China e a Índia se dão porque as duas nações retiraram do texto final do acordo a palavra “eliminar o uso do carvão vegetal” para “diminuir o uso gradativamente”, o que provocou uma sensação que as Conferências do Clima apenas patinam com muito proselitismo, sem chegar ao ponto: começar a colocar em prática as decisões tomadas até aqui e fortalecer o acordo de Paris, que deu toda a base para as mudanças que o planeta precisa.


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