A recuperação dos rebanhos chineses de bovinos e suínos anunciada nesta semana pelo país asiático deve deixar os preços das carnes mais baratas em comparação com as importações desses produtos do Brasil. A retomada da produção em escala naquele país vai reduzir os preços no mercado interno em relação aos praticados no mercado internacional. O anúncio impactou a pecuária brasileira e os produtos chineses podem ficar mais competitivos.
Empresas como JBS e Marfrig sentiram o peso da notícia. Suas ações caíram mais de 5% durante as negociações da última quinta-feira, dia 8. Na Europa, a luta contra a inflação continua. O Banco Central Europeu elevou a taxa de juros em 75 pontos-base na tentativa de contornar a perda de poder econômico da população, que teme uma recessão que aparenta estar cada vez mais próxima. Por lá, a inflação é a mais alta dos últimos 50 anos e está chegando aos dois dígitos.
Caso a informação se confirme na prática, a possibilidade de queda nas exportações para os mercados chinês e europeu pode levar a uma mudança na estratégia dos grandes players brasileiros que atuam no mercado internacional de proteína para evitar perda do valor das empresas nas Bolsas de Valores.
Segundo relatório do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA), o cenário de forte exposição chinesa também impactou as ações da Minerva Foods, maior exportador de carne bovina da América do Sul.
De acordo com um relatório do Bradesco BBI, "os investidores têm sido 'altistas' com o exportador brasileiro de carne bovina Minerva e esperavam que a demanda chinesa por carne continuasse a aumentar à medida que o país se torna mais rico e os consumidores adotam novos hábitos alimentares, mas o USDA prevê que as importações de carne bovina da China cairão". As compras de carne bovina pelos chineses devem cair 19% em 2023, comparado a 2022.
Da Redação, com Forbes
