O presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Ricardo Santin, afirmou que, com o reconhecimento oficial da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) sobre o encerramento do caso de influenza aviária de alta patogenicidade (H5N1) em plantel comercial no Brasil, não há mais justificativas técnicas para manter restrições às exportações brasileiras de carne de aves. A entidade projeta a plena normalização do comércio internacional até o fim de julho.
A declaração da OMSA encerrou oficialmente o caso registrado em uma granja em Montenegro, no Rio Grande do Sul, e restabeleceu a condição sanitária do país como livre da doença. Com isso, Santin defende que o país está tecnicamente apto a retomar as exportações de forma integral. Ele destacou que cada país possui exigências próprias, como períodos livres de registro da doença, mas afirmou que o processo de reabertura deve avançar rapidamente com a comunicação formal do novo status sanitário.
A ABPA avalia que os principais esforços diplomáticos agora se concentram em mercados considerados estratégicos, como a União Europeia e a China. Segundo Santin, os adidos agrícolas brasileiros já iniciaram o envio das informações oficiais às autoridades dos respectivos países para acelerar o levantamento das suspensões.
Apesar das restrições impostas por alguns destinos após o caso registrado em abril, os impactos nas exportações foram considerados limitados. Em maio, houve uma retração de 12,9% no volume embarcado de carne de aves em relação ao mesmo mês do ano anterior. Segundo a entidade, percentual semelhante foi observado nas primeiras semanas de junho.
A ABPA destaca que mais de 125 países mantiveram as importações abertas durante o período de restrições. O México, por exemplo, antecipou-se ao anúncio da OMSA e reduziu previamente as limitações ao estado do Rio Grande do Sul, o que, segundo Santin, reforça a expectativa de aceleração nos embarques a partir desta semana.