27/07/2022 às 09h56min - Atualizada em 27/07/2022 às 09h56min

Dificuldade de acesso a insumos afeta 22 entre 25 setores da indústria

Desde 2020, com a pandemia de Covid 19, o país vive a escassez e alta de preços dos insumos. Para agravar a situação, a guerra na Ucrânia e os lockdowns em regiões industriais da China estão prolongando o problema. De acordo com o levantamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI), já são 22 dos 25 setores da indústria que enfrentam os problemas.

Há dois anos consecutivos as indústrias citam a dificuldade de acesso a matérias-primas como o principal problema. No segundo trimestre deste ano, o setor mais afetado foi o das indústrias de impressão e reprodução, com 71,7% das empresas citando o problema. Em seguida, vêm os setores de limpeza, perfumaria e higiene pessoal e indústrias de veículos automotores, atingindo 70% e 69,8% das empresas, respectivamente.

Apenas três segmentos da indústria não mencionaram a falta ou os preços altos das matérias-primas como o principal problema. Entre as indústrias de artefatos de couro o problema apareceu em terceiro lugar, citado por 37,2% das empresas entrevistadas. Nos segmentos de móveis e de manutenção e reparação, o problema ficou em segundo lugar na lista, sendo citado por 38,7% e 45,5%, respectivamente.

Para a economista da CNI, Paula Verlangeiro, cerca de metade da produção industrial é consumida como insumo pela própria indústria. Dessa forma, a escassez ou os preços altos dos insumos não atingem apenas os fabricantes, mas se disseminam pela cadeia produtiva, atingindo o consumidor por meio de aumento de preços ou de queda na produção.

De acordo com a economista, os gargalos na cadeia logística e produtiva provocados pela pandemia de covid-19, que persistem desde o fim de 2020, foram agravados neste ano com a guerra entre Rússia e Ucrânia e os severos lockdowns na China. Esses dois últimos fatores atrasaram a normalização das cadeias globais de insumos, que ainda não tinham se recuperado da pandemia.

A pesquisa revela que os empresários acreditam que a situação se normalize apenas em 2023. “Diante disso, as principais consequências são dificuldades em recuperar – ou manter - a produção, o aumento dos preços de insumos e dos custos nas cadeias de produção, além dos reajustes nos preços dos bens de consumo e a maior pressão sobre a inflação”, explica a economista da CNI.

 

Da Redação, com Agência Brasil

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