O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta sexta-feira (27) que não abrirá mão de corrigir distorções fiscais, citando como exemplo o mercado de apostas online, que ficou quatro anos sem pagar impostos e deixou de recolher cerca de R$ 40 bilhões aos cofres públicos.
Em entrevista à GloboNews, Haddad comentou ainda a derrubada, pelo Congresso, do aumento do IOF via decreto legislativo. Disse estar aguardando um parecer da Advocacia-Geral da União (AGU) para avaliar se houve usurpação de prerrogativa do Executivo. “Se a AGU entender que usurpa, não podemos abrir mão. E, se houver dúvida, perguntar ao Judiciário magoa alguém?”, questionou.
Haddad lembrou que saiu de uma reunião na casa do deputado Hugo Motta crente de ter encaminhado a questão do IOF. “Não sei o que aconteceu depois daquela noite histórica”, disse, criticando eventual antecipação do clima eleitoral para 2026. O ministro também negou omissão do presidente Lula nos debates fiscais e disse que Bolsonaro, ao contrário, terceirizou o governo.
Sobre o ajuste fiscal, Haddad citou o limite autoimposto de crescimento de gastos de 2,5% e defendeu um pacto amplo, inclusive com a oposição, para discutir as contas públicas. “Gostaria de ver aprovadas as medidas que estão no Congresso, sem prejudicar a população. Defendo gradualidade. Mas tem empresário defendendo o Milei”, concluiu, ressaltando que o Banco Central precisará calibrar o ciclo de cortes nos juros à luz da inflação em queda.