18/03/2022 às 06h52min - Atualizada em 18/03/2022 às 06h52min

ABCS revela que suinocultura brasileira vive a sua pior crise

A Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS) informa que a suinocultura brasileira enfrenta desafios em um cenário de alta nos custos de produção, com aumento dos insumos como milho e aumento de oferta no mercado doméstico, segundo registra o site especializado em proteína animal CarneTec.

O país elevou a sua produção em mais 30% em seis anos (2016 e 2021) puxado pela demanda chinesa. Os períodos de maior produção foram nos anos d 2020 e 2021. Nesta quinta-feira (17) o IBGE informou que o Brasil bateu recorde no abate de suínos em 2021.

Até 2020 as exportações absorveram o excedente. No entanto, em 2021, parte importante da produção nacional ficou no mercado interno. Foi 294,5 mil toneladas, As exportações se desaceleraram.

A China é o maior consumidor mundial de carne suína. Ela passou a importar grandes volumes após a Peste Suína Africana dizimar o seu rebanho. Nos últimos 6 anos ela recompôs o seu rebanho e diminuiu as importações.

Análise da ABCS divulgada na última quinta-feira (17) informa que “É justamente este excedente de quase 300 mil toneladas despejado no mercado interno em 2021, agravado por um momento de perda de poder aquisitivo da população brasileira, que é um dos fatores que determinaram o início da crise da suinocultura que perdura neste início de 2022”.

O excedente e os custos de produção contribuíram para o agravamento da crise. A Associação informa que esperava desafios no primeiro semestre de 2022ª. Os preços da carne suína e baixa e os custos elevados. Mas o problema se potencializou com o conflito entre a Rússia e a Ucrânia. Os preços dos grãos explodiram no mercado internacional.

A produção nacional de suínos foi indiretamente afetada pela guerra que, além do preço dos insumos, como o milho, desestabilizou custos de frete com a alta dos combustíveis e a possibilidade de falta e preços valorizados dos fertilizantes.

A ABCS disse que a suinocultura está sendo afetada de forma indireta pelo conflito, com aumento dos preços dos combustíveis, da cotação dos grãos e possibilidade de falta de fertilizantes ou alta no preço internacional.

A suinocultura brasileira ainda enfrenta os problemas de logísticas e as sanções internacionais contra a Rússia no sistema financeiro internacional poderão afetar as exportações para o país euroasiático. O anúncio da Rússia, no ano passado, que vai comprar carne suína brasileira tem uma cota de 100 mil toneladas para ser cumprida no primeiro semestre de 2022.

Os produtores, o entanto, estão muito preocupados com a queda das importações chinesas e a queda do dólar nos últimos meses, diz a ABCS.

Mas a maior preocupação para o setor em relação às exportações é a redução dos embarques para a China e o baixo valor em dólar pago pela carne suína brasileira nos últimos meses, segundo a ABCS. Além da queda no valor do dólar, os preços da carne nessa moeda, também caiu.

O presidente da ABCS, Marcelo Lopes, disse que “certamente, esta é uma das piores crises da história da suinocultura brasileira, mas há um fator peculiar neste momento que é o grau de incerteza mundial diante de uma pandemia ainda em curso e a recente eclosão da guerra na Eurásia”.

“Estes acontecimentos determinam um ambiente muito propício à volatilidade dos mercados e, principalmente, às especulações, mas não há, ao menos no curto prazo, qualquer indicativo de desabastecimento dos principais insumos agropecuários no Brasil.”

 

Da Redação

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