21/02/2022 às 07h34min - Atualizada em 21/02/2022 às 12h48min

Brasil quer aumentar importação de ureia do Irã e vender mais commodities e tecnologias

Em reunião entre a ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Tereza Cristina, e o presidente da National Petrochemical Company (NPC), Morteza Shah-Mirzaei, ela foi informada que o país persa pode triplicar suas vendas de ureia ao Brasil. A informação é do Canal do Boi, com o Mapa.

"Hoje importamos 600 mil toneladas ao ano e elas podem chegar a 2 milhões de toneladas", afirmou Morteza. A reunião foi na última sexta-feira (18), quando a ministra disse que o Brasil informou do interesse do país e falou sobre a qualidade do produto iraniano.

A ministra falou da importância dessas negociações: “Essa garantia de que teremos um volume maior para importar do Irã será muito bom para a agricultura brasileira. A agricultura brasileira precisa cada vez mais de fertilizantes. Em parceria com o Irã, asseguraremos a compra estratégica desses insumos para continuar produzindo mais alimentos, com maior eficiência”.

A ureia, o fertilizante mais utilizado na agricultura mundial, é a responsável pelo fornecimento de nitrogênio para os alimentos e grãos na produção agrícola.

A NPC é uma filial do Ministério do Petróleo Iraniano e produz 140 produtos petroquímicos, derivados do petróleo. Um deles, é a ureia. Mas existem outros que também podem ser importados pelo Brasil. O Irã é o segundo maior produtor de derivados de petróleo do Oriente Médio.

A ministra também esteve na fábrica Shiraz Petrochemical Company, uma das maiores daquele país. O Irã produz 5 milhões de toneladas de ureia. A metade é destinada ao mercado interno e o excedente, para a exportação.

Em um almoço, Tereza Cristina lembrou que o Irã  importa do Brasil carnes, soja e milho, o que o tornou o nosso maior parceiro comercial na área agrícola no Oriente Médio. Agora, o Brasil tenta vender àquele país algodão, arroz e açúcar.

A ministra disse, no entanto, que o Brasil tem interesse em aumentar as importações de nozes, castanhas e frutas frescas e produtos como o açafrão e o trigo iraniano. “Estou segura de que encontraremos o caminho certo para superar quaisquer adversidades e intensificar nosso comércio bilateral em benefício mútuo”, disse.

Na transação, o Brasil espera acelerar o chamado “barter trade”, que é usar as embarcações que levam nossos produtos para trazer os que importamos. Levaremos commodities e taremos ureia. “Há tradings brasileiras que já conhecem esse caminho e podem trabalhar para ampliar esse tipo de intercâmbio e oferecer produtos do nosso agro a preço mais atraente”, disse Tereza Cristina.

Outro assunto que esteve na discussão é de interesse do Irã na importação de tecnologias de manejo do solo e da água e em sistemas de irrigação. Essa área vai colocar a Embrapa e a Agricultural Research, Education and Extension Organization (AREEO) que vão administrar as negociações.

Da Redação.


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