A Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri) e o Centro de Estudos de Santa Catarina (Cepa) preveem uma quebra média de 43% na safra de milho e outros 30% na de soja, no estado de Santa Catarina. O motivo é o desiquilíbrio climático, que provocou “chuvas irregulares e mal distribuídas” nos meses de dezembro e janeiro, informa o site CarneTec.
Desde meados de novembro de 2021, no auge da floração de aproximadamente 50% da lavoura de milho, e provocou impacto no momento mais importante do desenvolvimento do ciclo da cultura. No entanto, os problemas causados pelo clima descontrolado, ainda não terminou. O que pode levar a perdas ainda maiores.
Milho
Santa Catarina previa uma produção em torno de 2,79 milhões de toneladas do grão na primeira safra, mesmo com a área plantada estabilizada em 330 mil hectares. A informação é do Infoagro.
A Companha Nacional de Abastecimento (Conab) estima a produção nacional de milho em 117,18 milhões de toneladas. Hoje ela caiu para 112,9 milhões. Em Santa Catarina, o preço da saca do milho em janeiro de 2022 é de R$ 95,00.
Mesmo com a previsão tão negativa, as perdas são bastante diferentes em cada uma das regiões produtoras do estado, de acordo com o volume de chuva no período. “A redução da produtividade é muito variável, sendo estimada de 20% a 80% dentro das microrregiões geográficas. Em várias regiões o efeito da estiagem acarreta perdas na produção acima de 40%”, revelou ao CarneTec , Elias em nota. Ele cita que a região “Oeste, extremo Oeste e Planalto norte” são, até este momento, são as que menos tiveram chuvas no momento adequado à produção.
O início da colheita registra produtividades de 120 a 130 SC/ha, oriundas de áreas com período de semeadura que ocorreram mais cedo (fim de agosto), na região do Vale do Rio Uruguai. “No entanto, a maior parte das áreas foram semeadas de setembro em diante e foram mais impactadas pela estiagem no período de floração das lavouras”, afirmou o especialista.
Os técnicos debitam o descontrole do clima ao fenômeno natural La Niña, que diminui a temperatura das águas do oceano Pacífico e muda o clima no Brasil. No Sul do país ela provoca menos chuvas e temperaturas elevadas. No primeiro mês de 2022, a deficiência de chuvas se estende e provoca as perdas nesta região.
Soja
A cultura da soja deve ter quebra de 30%, segundo estimativas do Epagri e do Cepa, desde novembro de 2021, em toda a região Sul do Brasil. A previsão inicial para a produção de soja foi de 2,63 milhões de toneladas em 698 mil hectares para a primeira safra).
A estimativa brasileira de produção da safra 2021/22 teve um ajuste, passando de 142,79 milhões de toneladas para 140,5 milhões de toneladas, também ocasionado por problemas climáticos adversos à cultura, principalmente no Sul do Brasil.
Quatro regiões do estado concentram as maiores áreas para esta cultura: Canoinhas, Xanxerê e Curitibanos/Campos Novos. Elas são responsáveis por 55% da produção total da safra. No caso da soja, a falta de chuvas também se deu quando a cultura estava florando, quando as chuvas são mais necessárias e regulares. Temperaturas elevadas queimam as folhas e encurtam o ciclo da planta.
A falta de chuvas está influenciando a produção nacional. Isso porque as chuvas também impactam a produção nos estados da Bahia e do Tocantins.
Da Redação.