22/10/2021 às 13h16min - Atualizada em 22/10/2021 às 13h16min

Mercado boi: confinamento e China derrubam preços e deixam setor em alerta

O mercado do boi gordo brasileiro vai viver mais um dia de expectativa em relação a possível retomada das negociações para a retomada das exportações para a China. Nesta quinta-feira (21) o chanceler brasileiro, Carlos França, se reuniu com o chefe da diplomacia chinesa, Wang Yi, segundo a revista Crusoé. Pecuaristas brasileiros estão pressionando por uma solução. Não há maiores informações sobre o resultado do encontro. 

As exportações de carne bovina brasileira para a China estão suspensas desde 4 de setembro após a identificação de dos casos da vaca louca no rebanho nacional. Um em Minas e outro em Mato Grosso. A Organização Mundial de Saúde Animal diz que eles não representam riscos. Não são casos clássicos da doença e não ameaçam rebanhos ou seres humanos.

Frigoríficos e pecuaristas brasileiros acreditavam que as importações seriam retomadas em breve. Continuaram abatendo e estocando. Hoje as escalas de abate estão alongadas, o governo federal precisou autorizar a estocagem da carne em contêineres, e depois de 48 dias a China não voltou a comprar nem a negociar.

Por isso, a arroba do boi continua a perder peso nas praças referencias mais importantes. Segundo a Scot Consultoria, pesquisa realizada neta quinta-feira (21) indicam que a arroba do boi perdeu mais R$ 1,00 e foi negociada R$ 266,00. A arroba da novilha perdeu R$ 3,00 e é negociada a R$ 267,00.

Nas praças da Bahia, com o mercado quase parando, e queda de R$ 1,00 a arroba, a cotação do boi ficou em R$ 276, das vacas, R$ 271,00 e das novilhas, R$ @75,00. Os preços são brutos e a prazo. No Pará a situação é praticamente uma repetição do que acontece na Bahia. As 3 categorias perderam R$ 1,00 a arroba na comparação diária. As escaladas de abate estão em torno de sete dias.

O Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) também registra que os preços estão recuando e indica que eles caem mais quando é pago ao pecuarista e menos no atacado. O Centro também concorda que um dos motivos da pressão é a falta dos compradores. Eles estão evitando a compra de grandes lotes até o impasse com a China não foi resolvido.

Como todo ano, esse é o período de entrada de grande boiadas confinadas no mercado. Com a queda nos preços e os altos custos de insumos, a margem de lucro do pecuarista está desaparecendo, principalmente para quem mantém confinamento. Quanto à carne negociada no atacado, o aumento na oferta de animais se soma ao poder de compra fragilizado da maior parte da população brasileira.

Da Redação.

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