O preço médio do leite captado em julho fechou a R$ 2,6236/litro na “Média Brasil”, de acordo com o Cepea, com queda de 1,16% frente a junho e de 8,42% em relação a julho de 2024, em termos reais. O recuo reflete o aumento da produção e a dificuldade do consumo em absorver a oferta.
Segundo o IBGE, a captação industrial no segundo trimestre chegou a 6,5 bilhões de litros, avanço de 9,3% sobre igual período de 2024. No acumulado do semestre, a produção formal somou 12,98 bilhões de litros, 6,2% acima do ano passado.
O crescimento se explica por maiores investimentos na atividade e custos relativamente controlados. A relação de troca com o milho segue favorável ao produtor: em junho, foram necessários 25,74 litros para comprar uma saca de 60 kg, abaixo da média de 26,5 litros/saca dos últimos 12 meses.
Mesmo com queda de 5% nas importações de lácteos até julho, o volume externo ainda soma quase 1,3 bilhão de litros em equivalente leite, considerado alto pelo setor. Diante da oferta abundante, os preços caíram em toda a cadeia.
No mercado de derivados, julho mostrou estabilidade para o leite UHT, queda para o leite em pó e alta para a muçarela, refletindo um cenário desafiador para os laticínios, pressionados por margens apertadas e pela resistência do varejo em aceitar reajustes.
