Preço do leite sobe em fevereiro com oferta limitada e maior disputa entre indústrias

Demanda aquecida impulsiona valorização, mas importações seguem pressionando mercado

- Da Redação, com Cepea
31/03/2025 09h10 - Atualizado há 2 dias
Preço do leite sobe em fevereiro com oferta limitada e maior disputa entre indústrias
Foto: Reprodução

O preço do leite captado em fevereiro no Brasil fechou a R$ 2,7734 por litro, registrando alta de 3,3% em relação a janeiro e de 18,1% frente ao mesmo período de 2024, em termos reais. Os dados são do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP. Esse é o segundo mês consecutivo de valorização, impulsionada pela forte concorrência das indústrias pela matéria-prima.

A maior disputa pela compra do leite cru foi motivada pela queda na oferta, consequência de condições climáticas adversas, como seca e calor intenso, em diversas bacias leiteiras. O Índice de Captação de Leite (ICAP-L) recuou 4,6% no período, com destaque para reduções médias de 6% no Sul, 9% em Goiás e 4% em São Paulo. Em Minas Gerais, a queda foi de 1,3%, e na Bahia, de 0,3%.

Além da menor disponibilidade de leite, o mercado também sentiu um aquecimento na demanda por derivados lácteos, como leite UHT e queijo muçarela, elevando seus preços no atacado paulista.

Apesar da menor produção interna, as exportações de lácteos cresceram quase 27% de janeiro para fevereiro, totalizando 6,2 milhões de litros em equivalente leite. No entanto, as importações também subiram, com aumento mensal de 3,76%, atingindo 216,2 milhões de litros, o que gera preocupação para a indústria nacional.

A alta nas importações dificulta o repasse da valorização do leite cru para os derivados, tornando as negociações com distribuidores mais desafiadoras. O setor ainda enfrenta pressão de baixa devido à concorrência com os produtos importados, que chegam ao mercado a preços mais competitivos.

Para os próximos meses, a expectativa é de recuperação gradual da produção de leite, impulsionada por condições climáticas mais favoráveis e pela melhor rentabilidade do produtor, que tem possibilitado investimentos na atividade. Caso esse cenário se concretize, o movimento de alta nos preços pagos ao produtor pode perder força.


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