O mercado brasileiro de trigo fechou a semana com pouca movimentação e liquidez baixa. Segundo o analista Élcio Bento, da Safras & Mercado, a resistência dos produtores em aceitar os valores oferecidos pelos moinhos continua sendo um dos principais entraves.
No Rio Grande do Sul, os moinhos pagaram perto de R$ 1.250 por tonelada, mas produtores pediram R$ 1.300. Os poucos negócios saíram em torno de R$ 1.280. Já no Paraná, os preços variaram entre R$ 1.300 e R$ 1.350 para a safra nova, mas sem interesse de venda dos agricultores.
O cenário internacional também influencia. A safra mundial de trigo deve ser recorde, principalmente nos EUA, e a colheita de milho deve superar as estimativas, aumentando a pressão sobre os preços. A boa oferta da Argentina mantém a competitividade, com valores mais baixos que o trigo americano.
No campo, o Paraná deve iniciar a colheita ainda em agosto, com 80% das lavouras em boas condições. No Rio Grande do Sul, o plantio atrasado reflete em desenvolvimento mais lento, mas o clima tem favorecido as lavouras.