A menos de três meses da COP30, em Belém, cerca de 80% dos 197 países que assinam o Acordo de Paris ainda não atualizam suas metas de redução de gases do efeito estufa, alerta o embaixador André Corrêa do Lago, presidente designado da conferência. Ele envia cartas à comunidade internacional lembrando que as Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) refletem o compromisso dos governos com seus povos e com o multilateralismo.
O Acordo de Paris completa dez anos e estabelece que o aquecimento global fique abaixo de 1,5°C em relação à era pré-industrial. Especialistas dizem que ultrapassar esse limite pode levar a um ponto de não retorno. Para manter o planeta nesse patamar, é preciso reduzir 57% das emissões até 2035, segundo o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma).
A presidência da COP30 antecipa consultas sobre os temas centrais da conferência, normalmente tratadas apenas na segunda semana do evento. As consultas preliminares ocorrem online, seguidas de encontros presenciais em Nova York e Brasília, para negociar cinco blocos fundamentais: mitigação, adaptação, meios de implementação, transição justa e balanço global de emissões.
O embaixador Corrêa do Lago defende que é hora de deixar de lado discussões sobre infraestrutura local de Belém e focar nos grandes desafios climáticos. Ele acredita que os países precisam chegar a acordos concretos sobre o clima e garantir que as metas do Acordo de Paris sejam cumpridas. Segundo ele, só assim a COP30 terá resultados efetivos para o planeta e para as próximas gerações.
