De acordo com o Barchart, o vencimento de setembro do robusta alcançou o maior patamar em dois meses. O avanço foi impulsionado pela recompra de posições vendidas após a liquidação intensa ocorrida entre maio e julho, além do anúncio de que as exportações brasileiras dessa variedade caíram 49% em julho. O movimento também foi influenciado por relatos de geadas leves e isoladas em áreas produtoras de café arábica no Brasil, o que sustentou as cotações em Nova York.
Segundo a StoneX, as geadas foram confirmadas em municípios como Patrocínio, Uberaba, Sacramento, Ituverava, Passos, Bambuí, Monte Verde e Campos do Jordão. Houve ainda registros em diversas áreas do Cerrado Mineiro incluindo Araguari, Monte Carmelo, Araxá, Serra do Salitre, Indianópolis, Ibiá e Campos Altos e em pontos específicos da Alta Mogiana. Embora o impacto nas lavouras ainda não possa ser mensurado com precisão, os dados indicam que o fenômeno foi localizado, atingindo áreas restritas.
Para o consultor da Safras & Mercado, Gil Barabach, a escassez de robusta no Vietnã antes da chegada da nova safra, aliada à menor disponibilidade na Indonésia devido às chuvas, também contribuiu para a forte alta em Londres.
Informações do Cepea mostram que a colheita de arábica no Brasil está próxima do fim, mas com rendimento abaixo do esperado. Em regiões de Minas Gerais e parte de São Paulo, produtores relatam necessidade de até 12 saquinhos para compor uma saca beneficiada de 60 kg, enquanto a média costuma ficar entre 7 e 8 saquinhos.
Cotações
Em Nova York, o arábica fechou com ganhos expressivos:
Setembro/25: +445 pontos, a 319,60 cents/lbp
Dezembro/25: +435 pontos, a 312,65 cents/lbp
Março/26: +455 pontos, a 303,00 cents/lbp
No robusta negociado em Londres, o avanço também foi consistente:
Setembro/25: +US$ 206, a US$ 3.933/tonelada
Novembro/25: +US$ 171, a US$ 3.799/tonelada
Janeiro/26: +US$ 138, a US$ 3.694/tonelada