O mercado físico de soja no Brasil encerrou a semana com ritmo lento e sem grandes novidades. A comercialização seguiu restrita, com produtores priorizando a venda do milho. A oferta de soja segue limitada, e o foco nos embarques de milho, somado à queda na Bolsa de Chicago, ajudou a frear os negócios nas principais praças do país.
De acordo com Rafael Silveira, analista da consultoria Safras & Mercado, houve apenas movimentações pontuais. Alguns lotes de soja foram negociados de forma cadenciada, mas sem volumes relevantes. Foram registradas operações esporádicas em regiões como Goiás, Mato Grosso do Sul e em alguns portos, mas o ritmo geral de comercialização permaneceu travado.
A pressão sobre os preços foi intensificada por mais uma sessão de baixa na Bolsa de Chicago. O mercado internacional está atento ao mês de agosto, quando vence o acordo de 90 dias entre Estados Unidos e China. Além disso, o clima favorável ao desenvolvimento das lavouras norte-americanas contribui para manter o viés de baixa no curto prazo, com possibilidade de novos testes de suporte técnico.
Apesar disso, os prêmios de exportação seguem firmes e o dólar teve valorização, o que ajudou a amenizar os impactos negativos vindos do exterior. Com isso, os preços da soja apresentaram variações mistas no Brasil. Em Passo Fundo, o preço permaneceu em R$ 132; em Santa Rosa, R$ 133; no Rio Grande, R$ 139; em Cascavel, R$ 131; em Paranaguá, R$ 138; em Rondonópolis, R$ 120; em Dourados, R$ 122; e em Rio Verde, também R$ 122.
Na Bolsa de Chicago, os contratos futuros da soja encerraram a sexta-feira em baixa, acumulando perdas ao longo da semana. A pressão veio do clima favorável nos Estados Unidos, com temperaturas elevadas e chuvas regulares no cinturão agrícola, o que mantém boas condições para as lavouras. Mesmo com avanços nas negociações comerciais dos EUA com parceiros como Japão, União Europeia e China, a perspectiva de uma safra cheia e ampla oferta global continua pressionando as cotações.
O contrato da soja em grão com entrega em agosto caiu 5,5 centavos de dólar, ou 0,59%, para US$ 9,75 por bushel. A posição de novembro recuou 3 centavos, ou 0,29%, para US$ 10,21 por bushel. No farelo, o contrato de setembro fechou a US$ 272,20 por tonelada, com baixa de US$ 1,70 ou 0,62%. O óleo com vencimento em agosto encerrou a 56,49 centavos de dólar por libra-peso, queda de 0,18 centavos ou 0,31%.
O dólar comercial terminou o dia em alta de 0,76%, cotado a R$ 5,56 para venda e R$ 5,55 para compra. A moeda oscilou entre R$ 5,52 e R$ 5,57 durante a sessão e acumulou valorização de 0,27% na semana.