Secretário dos EUA confirma início de tarifas a produtos brasileiros em 1º de agosto

Howard Lutnick reitera que Washington começará a cobrar 50% de imposto sobre importações do Brasil

- Da Redação, com Agência Brasil
28/07/2025 09h46 - Atualizado há 11 horas
Secretário dos EUA confirma início de tarifas a produtos brasileiros em 1º de agosto
Foto: Reprodução

O secretário de Comércio dos Estados Unidos, Howard Lutnick, confirmou neste domingo (27) que as tarifas sobre os produtos brasileiros, previstas para iniciarem em 1º de agosto, não serão adiadas. A partir da próxima semana, os produtos importados do Brasil pelos EUA serão taxados em 50%, conforme anunciado pelo governo americano.

A afirmação foi feita durante entrevista do secretário ao programa Fox News Sunday. "Com certeza não haverá mais prorrogações, não haverá mais [período de] carência. As tarifas estão programadas para o dia 1º de agosto. Colocaremos a Alfândega para começar a coletar o dinheiro", disse Lutnick, enfatizando a rigidez da decisão.

Lutnick afirmou que o presidente Donald Trump estará aberto a "negociar e conversar com as grandes economias". Ele, no entanto, ponderou que tais conversas podem esbarrar em dificuldades.

"Obviamente, após 1º de agosto, as pessoas ainda poderão falar com o presidente Trump. Ele está sempre disposto a ouvir. Até lá, acho que o presidente vai falar com muitas pessoas. Se elas podem fazê-lo feliz é outra questão", acrescentou o secretário, indicando a complexidade das futuras tratativas.

Em 9 de julho, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, enviou uma carta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciando a imposição de uma tarifa de 50% sobre todas as exportações brasileiras ao país norte-americano a partir do dia 1º de agosto. No documento, Trump justificou a medida alegando que o ex-presidente Jair Bolsonaro, réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe de Estado, estaria sofrendo perseguição política.

Os Estados Unidos também iniciaram uma investigação interna contra práticas comerciais do Brasil que consideram supostamente “desleais”, incluindo o Pix. Adicionalmente, o governo de Trump revogou os vistos do ministro Alexandre de Moraes, seus familiares e “aliados na Corte”.

Na última sexta-feira (25), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que está aberto a negociar com Trump e disse que o presidente dos Estados Unidos foi induzido a acreditar “em uma mentira”. O vice-presidente Geraldo Alckmin, que também é ministro da Indústria, Comércio e Serviço, e o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, lideram as iniciativas para uma solução diplomática com o país norte-americano.

O governo brasileiro também criou um comitê para discutir as taxações com o setor produtivo nacional.


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