O ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias, alertou nesta terça-feira (22) que a tarifa de 50% anunciada pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros pode, momentaneamente, resultar em uma redução nos preços de alguns alimentos no mercado interno.
Embora essa queda possa beneficiar o consumidor com uma inflação menor para os alimentos, o ministro ressaltou que, por outro lado, ela pode desestimular os produtores, o que seria prejudicial para o país.
Durante o programa “Bom Dia, Ministro”, da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), Dias afirmou que o desafio do governo nesse contexto é garantir um preço adequado tanto para o consumidor quanto para o produtor. “É buscar um preço adequado. Essa é a nossa missão”, destacou o ministro.
Questionado se a diminuição das exportações de produtos como laranja, café, carnes e frutas poderia levar a um maior escoamento para o mercado interno, beneficiando o consumidor brasileiro, o ministro confirmou a possibilidade. No entanto, ele enfatizou que o ideal é que a redução de preços seja resultado de outros fatores, como uma maior competitividade da produção brasileira.
“As tarifas podem, sim, ter alguma influência momentânea [baixando a inflação dos alimentos], mas o que queremos é a redução dos preços por competitividade. Ou seja, pela capacidade de mais produção numa mesma área; por um financiamento com juros mais baixos. Esse é o ganho que queremos alcançar”, explicou.
Dias reiterou a importância de proteger tanto o consumidor quanto o produtor. “Mas veja bem: assim como a gente quer proteger o consumidor nessa tarefa, temos de proteger o produtor. Caso contrário desestimularíamos a produção. Nesse caso, precisamos ter equilíbrio”, acrescentou.
A estratégia do governo, por meio da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex) e de ministérios, é buscar alternativas de mercado para apoiar setores como os de mel, frutas e carne.