Governo tentará reverter taxação dos EUA sobre exportações brasileiras, diz Alckmin

Vice-presidente afirma que Brasil recorrerá à OMC e poderá acionar lei de reciprocidade contra medidas de Trump

- Da Redação, com Agência Brasil
14/07/2025 09h14 - Atualizado há 13 horas
Governo tentará reverter taxação dos EUA sobre exportações brasileiras, diz Alckmin
Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil

O governo federal brasileiro anunciou neste domingo que vai trabalhar para reverter a tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos sobre todos os produtos importados do Brasil, decretada pelo presidente Donald Trump. O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, afirmou que não há justificativa econômica para a medida e que o Brasil recorrerá à Organização Mundial do Comércio (OMC).

“Nós vamos trabalhar para reverter isso, porque não tem sentido essa tarifa. Ela prejudica inclusive o consumidor norte-americano”, disse Alckmin após inaugurar o Novo Viaduto de Francisco Morato, em São Paulo.

O vice-presidente também informou que o governo federal se reunirá nos próximos dias com o setor privado para discutir estratégias e estuda acionar a Lei de Reciprocidade Econômica, sancionada em abril, que permite suspender concessões comerciais ou direitos de propriedade intelectual caso outros países adotem medidas unilaterais contra o Brasil.

Alckmin ressaltou que os Estados Unidos têm superávit com o Brasil na balança de bens e serviços e que não há conflito comercial. “Nós temos 200 anos de amizade com os EUA. O mundo econômico precisa de estabilidade e previsibilidade”, afirmou.

A carta enviada por Trump ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva justifica a taxação citando o ex-presidente Jair Bolsonaro, réu no STF por tentativa de golpe, além de decisões judiciais brasileiras contra bolsonaristas que vivem nos EUA.

“O julgamento do ex-presidente Bolsonaro é uma Caça às Bruxas que deve acabar imediatamente!”, escreveu Trump no documento.

Durante o evento, Alckmin também comentou o início do IPI zero para carros sustentáveis, que pode reduzir em até R$ 12 mil o valor de veículos compactos fabricados no Brasil.

“É uma medida importante, social e ambiental, que ajuda a população a ter acesso a carros mais baratos e menos poluentes”, disse, destacando o programa Mover, que visa descarbonizar a frota automotiva nacional.


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