O mercado físico do boi gordo entrou em julho melhor do que iniciou junho, com a arroba registrando alta na maioria das praças. Segundo Fernando Henrique Iglesias, da Safras & Mercado, o movimento de alta foi mais intenso na primeira quinzena de junho, quando os frigoríficos enfrentaram escalas de abate apertadas. Já na segunda metade do mês, houve tentativa de pressionar os preços, mas a firme demanda externa ajudou a manter o mercado sustentado.
Em São Paulo, o preço subiu de R$ 306,50 para R$ 315 (+2,7%). Em Cuiabá (MT), o salto foi de R$ 300 para R$ 318,11 (+6%). Enquanto isso, Minas, Goiás e Mato Grosso do Sul também tiveram avanços entre 1,8% e 3,7%.
Felipe Fabbri, da Scot Consultoria, destaca que o Brasil atingiu o maior faturamento mensal da história nas exportações de carne bovina, com US$ 1,313 bilhão em junho e média diária de US$ 65,6 milhões. Foram exportadas 168,8 mil toneladas no período, com alta de 52% no valor médio diário frente a junho de 2024.
Para julho, Iglesias projeta boa oferta de bois terminados em confinamento e contratos a termo, mas pondera que o câmbio pode influenciar negativamente. O dólar, no menor patamar em 12 meses, pressiona a competitividade da indústria exportadora. Além disso, ondas de frio têm aumentado a oferta para os frigoríficos.
Mesmo assim, Fabbri não vê espaço para quedas acentuadas. “Devemos seguir operando próximo aos R$ 300 por arroba, com bom escoamento no mercado interno e externo, mas atentos ao câmbio e ao clima”, resumiu.
