O mercado brasileiro de arroz encerrou a penúltima semana de junho repetindo o padrão dos últimos meses: produtores tentam vender e não encontram quem compre, enquanto as indústrias, quando voltam ao mercado, esbarram em resistência nos preços. “Esse vai e vem mostra um setor sem vetores sólidos de retomada e estruturalmente desequilibrado”, avaliou Evandro Oliveira, da Safras & Mercado.
Nos números externos, o Brasil acumula déficit de 42,7 mil toneladas entre março e maio, com importações superando as exportações. O arroz em casca até avançou 39,9%, puxado por México, Costa Rica e Venezuela, mas o beneficiado caiu 37,7%, com fortes quedas para Peru e Cuba. Do lado das compras, o destaque foi o arroz descascado, que subiu 11%, vindo sobretudo do Paraguai e Uruguai — produto que chega com pouca necessidade de beneficiamento e pressiona a indústria nacional.
A média da saca de 50 kg no Rio Grande do Sul fechou a quinta-feira em R$ 65,59, alta leve na semana, mas ainda 11,9% abaixo do mês anterior e 42,1% abaixo de um ano atrás. “Essa perda de espaço lá fora, somada à concorrência do arroz importado, aperta as margens e adia decisões tanto de produtores quanto de indústrias”, disse Oliveira.
