Soja tem nova queda em dia de relatório do USDA

Preços recuam no Brasil e em Chicago, com mercado pressionado por estoques globais acima do esperado

- Da Redação, com Canal Rural
13/06/2025 08h27 - Atualizado há 1 dia

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O mercado brasileiro de soja registrou mais um dia de preços fracos nesta quinta-feira (12), influenciado por fatores externos e pela postura cautelosa da indústria. A divulgação do relatório mensal de oferta e demanda do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) foi o destaque do dia, gerando leve pressão mesmo sem grandes surpresas.
 

Segundo o consultor Rafael Silveira, da Safras & Mercado, os negócios foram arrastados, com queda das cotações em Chicago, dólar praticamente estável e prêmios inalterados. No Brasil, as indústrias recuaram nas ofertas diante de uma demanda ainda enfraquecida. As principais praças registraram leves quedas nos preços médios da soja.
 

Em Passo Fundo (RS), a cotação caiu de R$ 130 para R$ 129. Em Santa Rosa (RS), recuou de R$ 131 para R$ 130. No Porto de Rio Grande, passou de R$ 135 para R$ 133,50. Em Cascavel (PR), a soja foi negociada a R$ 128, contra R$ 129 no dia anterior. No Porto de Paranaguá (PR), caiu de R$ 134,50 para R$ 133. No Centro-Oeste, os recuos também foram generalizados: Rondonópolis (MT) passou de R$ 117 para R$ 116; Dourados (MS), de R$ 119 para R$ 118; e Rio Verde (GO), de R$ 118 para R$ 117.
 

Na Bolsa de Chicago (CBOT), os contratos futuros da soja terminaram o dia em leve baixa, revertendo os ganhos iniciais. A posição julho caiu 8,25 centavos (0,78%), fechando a US$ 10,42 1/4 por bushel. Já o contrato para novembro encerrou cotado a US$ 10,27 1/4 por bushel, com recuo de 2 centavos (0,19%).
 

O relatório do USDA trouxe estoques globais maiores que os esperados, o que adicionou pressão ao mercado. A estimativa para a safra de soja dos Estados Unidos em 2025/26 foi mantida em 4,340 bilhões de bushels (118,11 milhões de toneladas), com produtividade média de 52,5 bushels por acre. Os estoques finais também foram mantidos em 295 milhões de bushels (8,03 milhões de toneladas), abaixo das expectativas do mercado.
 

Para a safra mundial, o USDA projetou produção de 426,82 milhões de toneladas em 2025/26 e 420,78 milhões em 2024/25. Os estoques finais mundiais para o próximo ciclo foram estimados em 125,3 milhões de toneladas, acima da expectativa do mercado, de 124,6 milhões.
 

A produção brasileira de soja foi estimada em 175 milhões de toneladas para 2025/26, enquanto a safra 2024/25 foi mantida em 169 milhões. A projeção para a Argentina é de 48,5 milhões em 2025/26 e 49 milhões no ciclo atual, sem alterações em relação ao último relatório.
 

Nos subprodutos, o farelo de soja com vencimento em julho subiu 0,10%, sendo negociado a US$ 294,50 por tonelada. Já o óleo de soja caiu 0,85%, fechando a 47,61 centavos de dólar por libra-peso.
 

No câmbio, o dólar comercial encerrou o dia com leve alta de 0,07%, vendido a R$ 5,5425. A moeda norte-americana oscilou entre R$ 5,5243 e R$ 5,5588 ao longo da sessão.