Exportadores brasileiros reagem a taxação dos EUA e pedem exceção para café

Setor alerta para impacto nos preços e na economia americana; Brasil é principal fornecedor do produto aos norte-americanos

- Da Redação, com MoneyTimes
31/07/2025 09h54 - Atualizado há 1 dia
Exportadores brasileiros reagem a taxação dos EUA e pedem exceção para café
Foto: Reprodução

O Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) defendeu nesta terça-feira (30) a inclusão do café na lista de exceções da nova taxação de 50% anunciada pelo governo dos Estados Unidos para produtos brasileiros. O setor teme prejuízos bilaterais, já que o Brasil é o principal exportador de café para o mercado norte-americano.

Mais cedo, o presidente Donald Trump oficializou a proposta por meio de Ordem Executiva, que prevê exceções para cerca de 700 itens, como suco de laranja, combustíveis, minérios, fertilizantes e aeronaves civis — mas não o café.

Em nota assinada pelo presidente do Conselho Deliberativo do Cecafé, Márcio Ferreira, e pelo diretor-geral da entidade, Marcos Matos, a entidade afirmou que a medida resultará em aumento de preços e inflação nos Estados Unidos, pois os tributos deverão ser repassados diretamente aos consumidores.

"O ato implicará elevação desmedida de preços e inflação, uma vez que esses tributos serão repassados à população americana no ato da compra", diz o comunicado.

Atualmente, o Brasil abastece mais de 30% do mercado de café dos Estados Unidos. Por sua vez, os americanos respondem por 16% das exportações brasileiras do produto. "A relação cafeeira entre Estados Unidos e Brasil é imprescindível uma à outra", destacou o Cecafé.

A Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA) também manifestou preocupação, afirmando que a medida prejudica especialmente o segmento de cafés especiais, que movimenta mais de US$ 550 milhões anuais em exportações para os EUA — principal mercado consumidor desse nicho. São cerca de 2 milhões de sacas comercializadas por ano apenas nesse segmento.

Além de manter diálogo com autoridades brasileiras, o Cecafé anunciou que seguirá em tratativas com a National Coffee Association (NCA), entidade norte-americana, para tentar reverter a decisão e garantir a entrada do café na lista de isenções.


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