Os preços do café robusta encerraram a terça-feira (10) com perdas expressivas na Bolsa de Londres, caindo cerca de 3% em diferentes vencimentos. A pressão veio do avanço da colheita da nova safra brasileira e da maior oferta também vinda da Indonésia, o que aumenta a disponibilidade global do produto e reduz o ímpeto dos compradores.
Segundo análise da Hedgepoint Global Markets, as preocupações do mercado estão concentradas no curto prazo, mas a tendência é de queda também no médio prazo, especialmente para o café robusta. A analista Laleska Moda explicou que no Brasil os trabalhos de colheita já seguem dentro da média histórica e que a expectativa é de uma safra maior de Conilon. Ao mesmo tempo, a Indonésia avança rapidamente com sua colheita, aumentando a quantidade de café no mercado internacional.
Levantamento da consultoria StoneX mostrou que até o dia 9 de junho cerca de 31,8% da safra brasileira já havia sido colhida, o equivalente a 20,5 milhões de sacas. Na área de atuação da Cooxupé, maior cooperativa de café do mundo, a colheita chegou a 13,7% até o último dia 6 de junho, abrangendo mais de 360 municípios em Minas Gerais.
Com esse cenário, os contratos futuros do robusta fecharam com queda de US$ 113 no vencimento de julho/25, cotado a US$ 4.409/tonelada. Os contratos de setembro e novembro caíram US$ 134 e US$ 131, respectivamente, negociados a US$ 4.317/ton e US$ 4.253/ton. Já o arábica, na Bolsa de Nova York, também sofreu perdas: recuo de 650 pontos no vencimento de julho, com cotação de 355,05 cents por libra-peso.
No mercado interno, as cotações também recuaram. Em Varginha (MG), o café arábica tipo 6 caiu 2,11%, sendo negociado a R$ 2.320 a saca. Em Franca (SP) e Campos Gerais (MG), a queda foi de 1,69%, com a saca valendo R$ 2.330. O cereja descascado teve retração de 1,64% em Guaxupé (MG), cotado a R$ 2.393,00, e queda de 0,71% em Poços de Caldas (MG), onde o valor ficou em R$ 2.800.
Com a intensificação da colheita no Brasil e o crescimento da oferta global, o setor cafeeiro segue atento aos próximos movimentos do mercado, que deve permanecer volátil ao longo das próximas semanas.