Os preços do café fecharam em queda nas bolsas internacionais na sexta-feira (30), reflexo direto do avanço da colheita da nova safra brasileira, especialmente do conilon (robusta), e da melhora nas perspectivas de oferta global. De acordo com a consultoria Safras & Mercado, o mês de maio foi marcado por forte recuo nas cotações, influenciado pela pressão sazonal da entrada da produção no mercado.
No Brasil, principal produtor mundial, a colheita do conilon avança em bom ritmo. Segundo o boletim do Escritório Carvalhaes, Espírito Santo e sul da Bahia já colheram cerca de 25% da safra. Já o arábica começa a ser colhido agora, com ritmo mais lento. Os primeiros dados apontam para uma safra maior de conilon em comparação a 2024, enquanto o arábica deve ter leve queda na produção, embora especialistas alertem que ainda é cedo para confirmar esses cenários.
Em Nova York, o café arábica encerrou o pregão com queda expressiva: baixa de 595 pontos no contrato julho/25 (342,45 cents/lbp), 580 pontos no setembro/25 (339,80 cents/lbp) e 560 pontos no dezembro/25 (335,65 cents/lbp). Já em Londres, o robusta recuou US$ 56 no contrato de julho/25 (US$ 4.510/tonelada), US$ 67 no setembro/25 (US$ 4.463/tonelada) e US$ 68 no novembro/25 (US$ 4.423/tonelada).
Para o analista Marcelo Fraga Moreira, da Archer Consulting, dois fatores devem influenciar o mercado nas próximas semanas: a chegada do inverno no hemisfério sul, com possibilidade de geadas, e a antecipação nas compras por parte das tradings visando aos embarques para a Europa entre outubro e novembro.
No mercado físico brasileiro, os preços também registraram queda, à medida que os primeiros lotes da nova safra começam a chegar. O Café Arábica Tipo 6 teve baixa de 2,07% em Machado/MG (R$ 2.360/saca), 1,67% em Varginha/MG (R$ 2.350/saca) e 0,86% em Guaxupé/MG (R$ 2.316/saca). O tipo Cereja Descascado caiu 1,22% em Varginha/MG (R$ 2.420/saca), 0,41% em Campos Gerais/MG (R$ 2.410/saca) e 0,82% em Guaxupé/MG (R$ 2.413/saca).