Café arábica dispara mais de 3% em Nova York e puxa alta nos preços no Brasil

Déficit global de arábica e queda do dólar fortalecem valorização; saca chega a R$ 2.820 no mercado físico nacional

- Da Redação, com Notícias Agrícolas
06/06/2025 09h17 - Atualizado há 2 dias
Café arábica dispara mais de 3% em Nova York e puxa alta nos preços no Brasil
Foto: Reprodução

Café arábica dispara mais de 3% em Nova York e puxa alta nos preços no Brasil

 

Déficit global de arábica e queda do dólar fortalecem valorização; saca chega a R$ 2.820 no mercado físico nacional

 

Os contratos futuros do café arábica encerraram esta quinta-feira (5) em forte alta na Bolsa de Nova York, impulsionados por fatores técnicos e fundamentos do mercado global. As cotações mais negociadas fecharam com mais de 3% de valorização: o contrato de julho foi a 359,75 cents de dólar por libra-peso e o de setembro atingiu 357,20 cents.

De acordo com o diretor da Pharos Consultoria, Haroldo Bonfá, o movimento reflete uma correção técnica após recentes quedas que levaram os preços às mínimas dos últimos dois meses.

“O mercado já conhece parte das informações, mas se reposiciona de olho nas novas safras”, explicou. Bonfá também destacou um possível déficit de 2,1 milhões de sacas de arábica entre as safras 2024/25 e 2025/26, o que ajuda a sustentar os preços.

Apesar de projeções de aumento nos estoques globais, a incerteza sobre a produção de arábica permanece. Já para o robusta (ou conilon), o cenário é de superávit, com estimativas apontando para um excedente de até 5,645 milhões de sacas.

“Vamos ter bastante robusta e menos arábica. O mundo vai voltar a consumir mais robusta por causa da diferença de preços”, observou Bonfá.

O analista Eduardo Carvalhaes, do Escritório Carvalhaes, reforça que a colheita do conilon segue em ritmo acelerado e que a do arábica também avança. Segundo ele, as primeiras amostragens indicam que a safra de conilon será maior que a de 2024, enquanto a de arábica tende a ser menor. “Ainda é cedo para certezas, mas o mercado já reage aos primeiros sinais”, disse.

Além dos fundamentos agrícolas, o câmbio também favoreceu a disparada das cotações. O dólar recuou mais de 1% e fechou o dia cotado a R$ 5,59, o que aumentou a atratividade do arábica no mercado internacional.

Brasil

A valorização nas bolsas refletiu diretamente nos preços físicos do café no Brasil, mesmo com a queda do dólar. Nas principais praças de comercialização, os preços do tipo 6 bebida dura subiram até 2,65%. Em Guaxupé (MG), a saca foi cotada a R$ 2.326, enquanto em Franca (SP) chegou a R$ 2.380.

Para o café cereja descascado, os ganhos variaram entre 0,28% e 2,5%. Em Poços de Caldas (MG), a saca atingiu R$ 2.820, e em Varginha (MG), R$ 2.450.


Notícias Relacionadas »