Clima instável impacta o mercado de café e eleva preços do arábica em Nova York

Previsões de menor produtividade no Brasil e déficit global sustentam altas, enquanto colheita do robusta avança no mercado interno

- Da Redação, com Notícias Agrícolas
28/05/2025 08h42 - Atualizado há 1 dia
Clima instável impacta o mercado de café e eleva preços do arábica em Nova York
Foto: reprodução

O mercado internacional do café arábica encerrou a terça-feira (27) com valorização nos contratos futuros negociados na Bolsa de Nova York. A alta foi impulsionada por preocupações com o clima no Brasil, que pode afetar negativamente a produtividade da safra 2025. De acordo com o Barchart, o temor de uma quebra na produção brasileira foi o principal fator de sustentação dos preços.
 

Marcelo Fraga Moreira, consultor da Archer Consulting, aponta que, mesmo com ajustes nas projeções da safra brasileira, o cenário global continua deficitário. Segundo ele, a diferença entre produção e consumo gira em torno de 6 milhões de sacas. Com base na estimativa da Conab para a safra nacional, esse déficit pode chegar a 16 milhões de sacas. A situação preocupa exportadores e compradores, que monitoram o clima brasileiro com atenção redobrada.
 

Por outro lado, o relatório da Pine Agronegócios destaca que, enquanto o arábica enfrenta incertezas, a colheita do café conilon (robusta) segue em bom ritmo e com qualidade elevada. Essa oferta robusta contribui para conter uma disparada mais acentuada nos preços internacionais, mesmo diante da menor disponibilidade de arábica.
 

Em Nova York, os contratos de arábica com vencimento em julho/25 fecharam com alta de 70 pontos, cotados a 361,70 cents por libra-peso. Para setembro/25, a elevação foi de 75 pontos, com o grão negociado a 359,45 cents/lbp. Já os contratos de dezembro/25 subiram 100 pontos, alcançando 355,10 cents/lbp. O movimento de alta contrasta com o comportamento do café robusta, que teve queda de US$ 94 nos contratos de julho e setembro, fechando respectivamente a US$ 4.696 e US$ 4.692 por tonelada. O vencimento de novembro recuou US$ 90, cotado a US$ 4.670/tonelada.
 

As instabilidades climáticas previstas para os próximos dias reforçam a cautela no mercado. Segundo a Climatempo, uma nova frente fria deve atingir o Sul do Brasil e se espalhar por regiões produtoras do centro-sul, como Paraná, São Paulo, sul e Cerrado de Minas Gerais, além do Espírito Santo. Embora não sejam esperadas chuvas volumosas, o aumento da umidade pode atrapalhar momentaneamente os trabalhos de colheita e secagem do café.
 

No mercado interno, o café robusta segue com colheita acelerada e boa qualidade, conforme relatório da Hedgepoint. Estima-se que 11% da safra de conilon já foi colhida, enquanto o arábica segue em ritmo mais lento, com apenas 4% colhido, levando o índice nacional a 7%, abaixo da média de 10% dos últimos anos.

Nas praças brasileiras, o Café Arábica Tipo 6 teve variações distintas. Em Maringá (PR), caiu 1,28%, encerrando a R$ 2.320 por saca. Em Varginha (MG), o recuo foi de 2,01%, com o preço em R$ 2.440. No Rio Grande do Sul, houve alta de 2,37%, com a média chegando a R$ 2.380. Já o Cereja Descascado apresentou queda de 1,56% em Campos Gerais (MG), cotado a R$ 2.520, enquanto em Guaxupé (MG) houve leve alta de 0,80%, alcançando R$ 2.533 por saca.

 

 


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