Aprosoja-MT entra na Justiça contra tradings globais por causa da Moratória da Soja

Produtores de Mato Grosso questionam acordo que proíbe compra de soja de áreas desmatadas na Amazônia após 2008

- Da Redação, com Notícias Agrícolas
30/04/2025 08h33 - Atualizado há 6 horas
Aprosoja-MT entra na Justiça contra tradings globais por causa da Moratória da Soja
Foto: divulgação

A Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT) ingressou com uma ação judicial contra grandes tradings globais de grãos por conta da Moratória da Soja, acordo voluntário que impede a compra de soja produzida em áreas da Amazônia desmatadas após 2008. A informação foi confirmada nesta terça-feira (29) por meio de documentos obtidos pela agência Reuters.
 

Entre as empresas citadas na denúncia estão as gigantes ADM, Bunge, Cargill, Louis Dreyfus e Cofco, todas com atuação no Brasil. A Aprosoja contesta a legalidade e os efeitos da moratória, que, segundo a associação, impõe restrições econômicas aos produtores que operam de forma legal, mas fora dos critérios definidos pelas tradings.
 

A ação também menciona como possíveis réus as associações que representam as exportadoras de grãos, como a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) e a Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec).
 

A Moratória da Soja foi criada em 2006 com o objetivo de conter o avanço do desmatamento na Amazônia relacionado ao cultivo da soja. Desde 2008, o pacto veta a compra da commodity em áreas recém-desmatadas no bioma, mesmo que o desmatamento tenha ocorrido de forma legal. 
 

A medida é defendida por ambientalistas e parte do setor privado como ferramenta de sustentabilidade, mas é criticada por produtores que veem nela uma interferência indevida nas atividades agrícolas.

 

 


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