A decisão do governo dos EUA de impor tarifas de importação, incluindo uma alíquota universal de 10%, pode beneficiar as carnes brasileiras no cenário internacional. Analistas veem oportunidade para o Brasil ampliar exportações para países como Japão, Coreia do Sul, México e Canadá, grandes consumidores da proteína americana.
Segundo o Itaú BBA, a participação do Brasil nesses mercados ainda é pequena, mas o cenário de tarifas pode mudar esse jogo, especialmente em carne suína e frango. O país já conquistou o mercado do Vietnã para carne bovina e está em tratativas avançadas com o Japão. A China também pode ampliar compras brasileiras de material genético de frango, dada sua dependência dos EUA.
Mesmo com os EUA mantendo-se como segundo maior destino da carne bovina brasileira, a competitividade nacional deve seguir firme. A produção local americana tende a cair 1,1% em 2025, pressionando os preços e aumentando a demanda por importação. Apesar da nova tarifa, a carne do Brasil ainda será vantajosa frente à de concorrentes como Argentina e Austrália — esta última, mesmo com acordo anterior de livre comércio, vê sua vantagem diluída pela desvalorização de sua moeda.
Para especialistas como Wagner Yanaguizawa, do Rabobank Brasil, o momento é de atenção estratégica. Em meio à disputa comercial, o Brasil tem a chance de se firmar como fornecedor mais relevante nos principais mercados globais de proteína animal.