O Brasil exportou 158,5 mil toneladas de arroz (base casca) em março de 2025, um aumento de 153% em relação a fevereiro, quando foram embarcadas 62,5 mil toneladas, segundo dados da Associação Brasileira da Indústria do Arroz (Abiarroz). A receita com as exportações também cresceu, alcançando US$ 45,3 milhões no mês — alta de 109% na comparação com fevereiro.
Apesar do forte crescimento no volume exportado, os ganhos financeiros foram mais tímidos devido à predominância do arroz em casca, que possui menor valor agregado. Em 2024, o destaque das exportações havia sido o arroz branco, de maior preço no mercado internacional. “Neste ano, o principal item exportado foi o arroz em casca, matéria-prima com menor valor agregado, enquanto em 2024 predominou o arroz branco. Por isso, observamos essa discrepância entre volume e receita”, explicou Gustavo Trevisan, diretor de Assuntos Internacionais da Abiarroz.
O avanço no volume exportado é atribuído à colheita da nova safra, que ampliou a oferta interna e possibilitou o aumento dos embarques. Em relação a março de 2024, o desempenho também foi positivo, com alta de 86% no volume exportado e de 5% na receita.
Os principais destinos do arroz brasileiro no primeiro trimestre de 2025 foram México, Senegal e Nicarágua. Já no mês de março, Senegal foi o maior comprador, seguido por Venezuela e México.
Por outro lado, as importações brasileiras de arroz somaram 117 mil toneladas em março, com gasto de US$ 32,5 milhões. Os números representam queda de 4% no volume e de 33% na receita em comparação com o mesmo mês de 2024, o que indica uma retração nos preços médios do produto importado.
No segmento industrial, o arroz beneficiado exportado totalizou 84,3 mil toneladas em março, gerando US$ 27,5 milhões em receita. O volume ficou estável frente ao mesmo período do ano passado, mas a receita teve queda expressiva de 36,3%, reforçando o impacto da desvalorização do produto processado no mercado internacional.
