Sob a pressão das políticas comerciais de Donald Trump, os países membros do Brics iniciou na segunda-feira, 28 de abril, uma reunião de chanceleres no Rio de Janeiro para definir uma resposta conjunta às novas tarifas impostas pelos Estados Unidos. A expectativa é que o encontro produza uma declaração condenando as "medidas unilaterais" adotadas por Washington e reafirmando o compromisso do bloco com as negociações comerciais multilaterais.
O grupo, composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, e ampliado recentemente com a adesão de seis novos países (Egito, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Indonésia e Irã), enfrentam grandes desafios em meio ao endurecimento das políticas comerciais de Trump. A reunião também visa discutir questões climáticas, com foco no financiamento da transição energética nos países em desenvolvimento, uma das prioridades da presidência brasileira do bloco neste ano.
Embora a China tenha pressionado por um tom mais severo no comunicado, o bloco optou por um posicionamento crítico, mas sem direcionar as críticas diretamente aos EUA. O embaixador brasileiro Maurício Lyrio reforçou que o Brics continuará defendendo o multilateralismo e a cooperação internacional, em oposição ao unilateralismo, destacando a importância do grupo na defesa da paz e da segurança globais.
Além disso, os ministros do Brics também discutem estratégias para reduzir a dependência do dólar nas transações comerciais, buscando alternativas como o uso de moedas locais e outros mecanismos que possam diminuir os custos do comércio internacional.