O Boletim do Leite de abril, divulgado pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), traz uma análise detalhada do mercado do leite no início de 2025. De acordo com os dados mais recentes, a disputa acirrada entre as indústrias de laticínios pela aquisição de leite cru resultou em um aumento nos preços pagos pela matéria-prima, com o preço médio do leite captado em fevereiro alcançando R$ 2,7734 por litro.
Esse valor representou um aumento de 3,3% em relação a janeiro e de 18,1% na comparação com fevereiro de 2024 (deflacionado pelo IPCA). Contudo, a expectativa para março é que o movimento altista perca força, embora as cotações ainda sigam em alta, mas com menor intensidade, refletindo uma desaceleração no ritmo de valorização.
No entanto, mesmo com o aumento no custo do leite cru, a demanda enfraquecida no mercado interno impactou as vendas de lácteos, limitando o movimento de valorização desses produtos no mês de março. Embora tenha havido oscilações de preços, a média do mês apresentou uma variação moderada.
Em relação ao comércio exterior, o setor de lácteos observou um crescimento nas exportações pelo terceiro mês consecutivo. De fevereiro para março, as exportações de lácteos cresceram 28,09%, mas apresentaram uma redução de 47,52% quando comparadas com março de 2024. Por outro lado, as importações de lácteos caíram 14,8% no comparativo mensal, mas subiram 2,8% no acumulado anual.
Por fim, o aumento nos custos de produção, especialmente relacionados à nutrição do rebanho, impactou o setor da pecuária leiteira em março. O Custo Operacional Efetivo (COE) teve um avanço de 0,79% em relação a fevereiro, marcando o terceiro mês consecutivo de alta, o que pressionou a rentabilidade da atividade leiteira no Brasil.