Dólar dispara com retaliação da China e Bolsa tem maior queda desde dezembro

Mercados reagem com forte aversão ao risco diante de guerra comercial e temor de recessão global

- Da Redação, com Agência Brasil
07/04/2025 09h11 - Atualizado há 6 horas
Dólar dispara com retaliação da China e Bolsa tem maior queda desde dezembro
Foto: Reprodução

A última sexta-feira (4) foi marcada por fortes turbulências no mercado financeiro global, com reflexos imediatos no Brasil. Após a China anunciar retaliação ao pacote de tarifas imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, o dólar comercial disparou e a Bolsa de Valores brasileira sofreu o maior tombo diário desde dezembro de 2024.

A moeda norte-americana encerrou o dia cotada a R$ 5,836, em alta de 3,68% (R$ 0,207), no maior valor desde 10 de março. Durante a sessão, a cotação chegou a atingir R$ 5,84. Esta foi a maior valorização diária do dólar em mais de dois anos, desde 10 de novembro de 2022, quando a alta chegou a 4,1%.

O mercado de ações também sentiu os impactos da escalada da tensão entre as duas maiores potências econômicas do planeta. O Ibovespa, principal índice da B3, recuou 2,96% e fechou aos 127.256 pontos — seu menor nível desde 14 de maio do ano passado. O desempenho acompanhou o cenário externo, com as bolsas norte-americanas encerrando a pior semana desde março de 2020, início da pandemia de covid-19.

A retaliação chinesa, que inclui sobretaxas de 34% sobre produtos dos EUA, gerou forte aversão ao risco entre investidores e reacendeu temores de uma recessão global. O impacto foi sentido principalmente entre países emergentes, que nesta sexta seguiram o movimento negativo dos mercados globais após uma quinta-feira de relativa estabilidade.

Dois outros fatores acentuaram o pessimismo. O primeiro foi a divulgação do relatório de emprego dos Estados Unidos, que mostrou a criação de 228 mil vagas em março — número acima do esperado pelo mercado. O dado reduz as chances de cortes nos juros por parte do Federal Reserve (Fed), o banco central norte-americano, e fortalece o dólar globalmente.

Além disso, a cotação internacional do petróleo também despencou. O barril do tipo Brent fechou a US$ 64, o menor valor desde 2021. A queda foi atribuída à expectativa de desaceleração da demanda global, sobretudo nos EUA, principal consumidor mundial do combustível, em meio ao endurecimento da política comercial.


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