Tarifas dos EUA e colheita pressionam cotações da soja em Chicago

Apesar da queda, prêmios de exportação mantêm preços internos mais firmes no Brasil

- Da Redação, com Cepea
07/04/2025 09h13 - Atualizado há 4 horas
Tarifas dos EUA e colheita pressionam cotações da soja em Chicago
Foto: R.R.Rufino / Embrapa

Os contratos futuros do complexo soja negociados na Bolsa de Chicago (CME Group) vêm registrando quedas expressivas nas últimas semanas, especialmente os relacionados ao grão e ao farelo.

De acordo com análise do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), o movimento de baixa é resultado de uma combinação de fatores: o avanço da colheita brasileira, que está em ritmo acelerado, e os estoques elevados nos Estados Unidos, somados às recentes tensões comerciais provocadas pelas novas tarifas impostas por Washington.

A política tarifária do governo norte-americano, anunciada na semana passada, já começa a produzir efeitos negativos sobre os mercados agrícolas. O Cepea aponta que, no caso de produtos como a soja, medidas protecionistas desse tipo inviabilizam as compras dos Estados Unidos, levando países importadores, como a China, a buscar fornecedores alternativos — o que deve beneficiar o Brasil, maior exportador global da commodity.

No mercado interno, os preços da soja também recuaram, acompanhando a tendência externa. No entanto, segundo os pesquisadores do Cepea, essa queda foi limitada pela valorização dos prêmios de exportação no Brasil. A maior demanda internacional pelo grão brasileiro, impulsionada pelas dificuldades de importação nos EUA, elevou os prêmios e ajudou a sustentar parte das cotações domésticas, mesmo diante do aumento da oferta nacional com a colheita em ritmo avançado.


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