Novo patamar sanitário ajuda abertura de mercados para a carne brasileira

O Brasil se aproxima de novas oportunidades no mercado internacional, mas ainda está fora de 30% dos mercados que mais remuneram a carne bovina

Fred Almeida - Com informações da Folha de S. Paulo
27/03/2025 10h09 - Atualizado há 5 dias
Novo patamar sanitário ajuda abertura de mercados para a carne brasileira
Foto: reprodução

Em um cenário onde a qualidade e as condições sanitárias da carne brasileira são constantemente avaliadas e aprimoradas, a abertura de novos mercados se torna uma prioridade. O Brasil, que já é um dos maiores produtores e exportadores de carne bovina do mundo, se prepara para dar mais um passo. A recente melhoria nas condições sanitárias, com a possível classificação do Brasil como um país livre de febre aftosa sem vacinação, abre portas para novos mercados, incluindo o Japão, um dos destinos mais desejados para a carne brasileira.

O Japão, terceiro maior importador de carne bovina do mundo, tem se mostrado uma grande oportunidade para o Brasil. Apesar da longa negociação que se arrasta por 30 anos, as barreiras sanitárias estão sendo derrubadas. Com o trabalho conjunto entre autoridades brasileiras e a Organização Mundial de Saúde Animal, a possibilidade de aprovação do Brasil como livre de febre aftosa sem vacinação deve sair em maio. Essa mudança será fundamental para fortalecer as negociações com o Japão e outros países, como a União Europeia, que ainda exigem quarentenas sanitárias.

Atualmente, o Brasil está fora de cerca de 30% do mercado mundial que mais remunera a carne bovina, e essa falta de acesso é uma das grandes limitações para o crescimento do setor. Embora o Brasil já exporte carne para vários países ao redor do mundo, a entrada nos mercados mais lucrativos, como o Japão e a União Europeia, tem se mostrado desafiadora. A expectativa é que, com a nova classificação sanitária, o Brasil consiga avançar nas negociações com esses mercados altamente rentáveis, permitindo uma expansão ainda maior das exportações de carne bovina.

Além da qualidade e quantidade da carne brasileira, o Brasil se destaca também pela competitividade de preços. Enquanto países como a Austrália e os Estados Unidos têm produtos diferenciados, o Brasil oferece carne para diversos segmentos, incluindo industrial, culinário e gourmet. Esse posicionamento permite que o Brasil seja o único país capaz de fornecer de 80 mil a 100 mil toneladas de carne para as indústrias processadoras externas no curto prazo.

No entanto, o processo de abertura de mercados não é simples. Os países importadores exigem diversas condições e garantias, como a avaliação de cada animal individualmente ou a avaliação das condições sanitárias de todo o território do exportador. Cada país segue suas próprias regras e métodos de habilitação, o que torna o processo complexo e demorado.

Se, por um lado, a possibilidade de conquistar novos mercados como o Japão e a União Europeia traz ótimas perspectivas, por outro, o Brasil ainda precisa superar algumas barreiras. A expectativa é que, com o avanço das negociações e a melhoria nas condições sanitárias, o Brasil consiga não apenas ampliar sua participação no mercado internacional de carne bovina, mas também consolidar seu papel como um dos principais fornecedores de carne de qualidade no mundo.

Com a produção recorde de carne bovina e o aumento das exportações, o Brasil está cada vez mais perto de se tornar uma referência global em termos de qualidade e segurança alimentar. O caminho, no entanto, ainda demanda um esforço contínuo para atender às exigências dos mercados internacionais e fortalecer as condições sanitárias para garantir a competitividade do setor.

 


Notícias Relacionadas »