O Brasil exportou 3,274 milhões de sacas de café em fevereiro de 2025, uma redução de 10,4% em comparação com o mesmo mês de 2024, segundo o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé). No entanto, a receita gerada foi recorde para o período, alcançando US$ 1,19 bilhão, impulsionada pelos altos preços no mercado internacional.
No acumulado da safra 2024/25, os embarques totalizam 33,452 milhões de sacas, com um faturamento de US$ 9,723 bilhões — ambos recordes para o período e representando altas de 8,8% em volume e 59,8% em receita frente ao ciclo anterior.
O desempenho das exportações foi impactado pelo período de entressafra no Brasil e pela menor competitividade dos cafés nacionais no mercado global. O presidente do Cecafé, Márcio Ferreira, destacou que os cafés conilon e robusta brasileiros perderam espaço para concorrentes como o Vietnã, enquanto os arábicas enfrentam preços mais elevados do que os grãos da América Central.
Além disso, Ferreira apontou uma possível redução no consumo global da bebida devido aos altos preços ao consumidor, o que pode afetar os embarques nos próximos meses. A restrição de crédito e oscilações no mercado de futuros também foram citadas como fatores de influência na comercialização do café brasileiro.
Os Estados Unidos se mantiveram como o principal destino do café brasileiro no primeiro bimestre de 2025, importando 1,206 milhão de sacas, seguidos por Alemanha, Itália, Japão e Turquia. O Porto de Santos permaneceu como o principal ponto de escoamento do produto, responsável por 77,5% das exportações.
Os cafés diferenciados, com certificação de qualidade ou sustentabilidade, tiveram um crescimento expressivo de 14,7% no volume exportado e representaram 28,5% da receita total do setor no bimestre. A categoria alcançou US$ 717,7 milhões em faturamento, com destaque para os embarques para os Estados Unidos e a Europa.
Com a safra 2025/26 em andamento e a expectativa de uma produção menor de arábica, especialistas apontam que a competitividade do café brasileiro no cenário internacional dependerá das condições climáticas e do comportamento dos preços no mercado global.