Trump critica países que "cobram demais" dos EUA e cita Brasil

Brasil, Canadá, China, México e países da UE são citados por Trump; republicano defende taxas impostas por seu governo

- Da Redação, com Canal Rural
05/03/2025 08h30 - Atualizado há 4 semanas
Trump critica países que cobram demais dos EUA e cita Brasil
Isac Nóbrega/PR

Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, discursou diante do Congresso americano na noite desta terça-feira (4), destacando as principais medidas adotadas por seu governo nas primeiras seis semanas de mandato. Em tom otimista, Trump afirmou que sua administração estava “apenas começando” e reforçou a ideia de que sua vitória eleitoral representou um “mandato” da população americana.

Durante o discurso, houve momentos de tensão, especialmente quando membros do partido democrata interromperam a fala do presidente com protestos. O congressista Al Green chegou a ser removido do plenário após se manifestar contra Trump.

Superada a interrupção, o presidente seguiu seu pronunciamento listando iniciativas voltadas para imigração e redução da burocracia federal. Ele também celebrou a saída dos Estados Unidos da Organização Mundial da Saúde (OMS) e o fechamento da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID), medidas que, segundo ele, reforçam a soberania do país.

Trump aproveitou a ocasião para se defender das acusações criminais que enfrenta, alegando que elas fazem parte de uma perseguição política orquestrada pelo ex-presidente Joe Biden. O republicano não poupou críticas ao seu antecessor, chamando-o de “o pior presidente da história dos Estados Unidos”. Além disso, responsabilizou Biden pela inflação e reforçou a necessidade de um corte de impostos. “Agora, pela primeira vez na história moderna, mais americanos acreditam que nosso país está indo na direção certa”, declarou.

Brasil e política comercial

Ao falar sobre comércio internacional, Trump defendeu a imposição de tarifas e citou o Brasil como um dos países que, segundo ele, “cobram demais dos Estados Unidos”. Na terça-feira, seu governo anunciou a aplicação de uma tarifa de 25% sobre todos os produtos vindos do Canadá e do México, além de um imposto de 10% sobre mercadorias chinesas. O presidente argumentou que essas medidas incentivam a produção doméstica e fortalecem a economia americana.

Além disso, ele ordenou uma investigação sobre o comércio de madeira, uma decisão que pode impactar diretamente o Brasil. Embora a medida possa resultar em aumento de preços para consumidores americanos em itens como café, tomates e gasolina, Trump insistiu que seu foco está na proteção da indústria nacional.

Elon Musk e a reestruturação do governo

Outro momento que chamou atenção no discurso foi a menção ao bilionário Elon Musk. Trump agradeceu o empresário pelo trabalho no Departamento de Eficiência Governamental (DOGE), um órgão criado para reduzir a máquina pública. Segundo ele, Musk tem liderado esforços para cortar gastos, reestruturar agências governamentais e obter acesso a dados confidenciais para, segundo o departamento, “restaurar a democracia”.

No entanto, essa atuação tem gerado polêmica. Os tribunais estão analisando se as ações do DOGE violam leis de privacidade, direitos de funcionários públicos e até mesmo os princípios constitucionais de equilíbrio entre poderes. O ritmo acelerado da reestruturação preocupa até membros do próprio partido republicano, que temem impactos na segurança nacional. Um dos exemplos citados foi a demissão em massa de funcionários responsáveis pela manutenção das armas nucleares do país, que precisaram ser recontratados às pressas.

Com um discurso firme e repleto de promessas, Trump deixou claro que sua administração seguirá apostando em cortes governamentais, tarifas comerciais e no fortalecimento da economia doméstica. Resta saber como essas decisões serão recebidas pelo Congresso e pela população americana nos próximos meses.


 


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