O mercado do boi gordo segue em queda, com tendência de novas retrações no curto prazo. Segundo o analista da consultoria Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias, a fraqueza da demanda doméstica por carne bovina e a estratégia das indústrias frigoríficas de pressionar o mercado são os principais fatores que explicam esse cenário.
"O enfraquecimento da demanda interna é um dos principais motivos para a baixa dos preços. As indústrias seguem pressionando o mercado, e essa estratégia deve continuar no curto prazo", afirma Iglesias.
Além disso, as escalas de abate mais confortáveis e o comportamento dos preços da carne no atacado também contribuem para o recuo das cotações.
Os valores médios da arroba do boi registraram novas quedas nesta quinta-feira (20): São Paulo: R$ 315,33 (ante R$ 315,92 no dia anterior); Goiás: R$ 298,57 (ante R$ 300,18); Minas Gerais: R$ 305,59 (ante R$ 305,82); Mato Grosso do Sul: R$ 304,43 (ante R$ 305,34); e Mato Grosso: R$ 305,07 (ante R$ 310,27)
Os preços da carne bovina no atacado também recuaram, acompanhando o padrão de menor consumo característico da segunda quinzena do mês. Além disso, consumidores têm optado por proteínas mais acessíveis, como carne de frango e embutidos. Quarto traseiro: R$ 23,80/kg (-R$ 1,20); quarto dianteiro: R$ 17/kg; e ponta de agulha: R$ 17/kg (-R$ 0,50).
O dólar comercial encerrou o dia em queda de 0,37%, cotado a R$ 5,7043 para venda e R$ 5,7023 para compra. A variação cambial influencia os custos de exportação da carne bovina brasileira, que pode encontrar dificuldades adicionais diante de uma oferta crescente e uma demanda externa incerta.